O Benfica vai a Braga para jogar com um conjunto que já não vence há quatro jogos para o campeonato. Na conferência de imprensa de antevisão perguntaram a Rui Vitória se ia encontrar uma equipa menos confiante e o treinador dos encarnados falou do «copo meio cheio e copo meio vazio».

«Isso é a história do copo meio cheio e copo meio vazio. Se tivessem ganho tinham muita confiança, como perderam têm confiança para dar a volta... Não olho muito para os resultados, olho para aquilo que as equipas valem, para o seu onze e para aquilo que são as ideias do treinador. Nem sempre os resultados antes significam que as equipas estejam mal ou estejam bem. Olho para o todo. Vejo uma equipa de qualidade, que está tentar ir à procura das ideias do seu treinador, pode ter aqui ou ali uma dose de falta de confiança porque os resultados não ajudam, mas isso não invalida que não seja uma boa equipa», explicou.

Depois chamou à atenção para a motivação de jogar frente à sua equipa: «Hoje ganhar ao Benfica é algo que as equipas procuram para ter relevo, para nós é mais do mesmo. Sabemos que do outro lado está uma equipa que nos quer ganhar, mas a nossa ambição e confiança é enorme, vamos a Braga a respeitar o Sp. Braga, mas com vontade de dar continuidade aos nossos resultados.»

Tiago Martins é o árbitro da partida, o mesmo que o expulsou na meia-final da Taça da Liga. Rui Vitória, que antes tinha falado sobre o seu castigo, disse que o juiz estará preparado para o encontro.

«Estamos a jogar a nível elevadíssimo, os árbitros têm que ter a capacidade de estar neste meio. Eu separo as águas, houve má interpretação, mas não deixo reconhecer que este árbitro tem valor, é um jovem que poderá ter melhores prestações. Tem capacidade, todos temos que ter capacidade, a este nível tem que estar preparado para estas questões.»

O treinador do Benfica fez questão de dizer que os árbitros não podem pensar que são como um avançado ou guarda-redes quando falham: «Às vezes ouço: ‘Mas o ponta de lança também erra, o guarda-redes também erra’. Os árbitros não podem ouvir isto, sequer. Se o meu avançado falha prejudica-me a mim e a minha equipa, se o árbitro falha prejudica-se a si e prejudica terceiros e tem que saber lidar com isto. A um arbitro não basta fazer nove boas ações, se a décima der um erro que compromete o jogo. É como um guarda-redes, de forma figurada. Fez uma grande exibição, mas aos 90’ sofre o 1-0 com um erro, está manchado. Um árbitro tem a agravante que se prejudica a si, mas nunca pode ser igual a um ponta-de-lança, porque está a prejudicar a outra equipa. Os árbitros têm que trabalhar em cima deste modelo mental e psicológico, acho que têm capacidade para lidar com este jogo, é um jogo normal como muitos que nós fizemos.»