A troca de Casillas por José Sá na baliza do FC Porto dominou a conferência de Sérgio Conceição: uma conferência, aliás, que começou com mais de meia hora de atraso.

O treinador do FC Porto começou por não revelar quem vai ser titular frente ao Paços de Ferreira.

«Não me lembro de alguma pergunta sua em que lhe tenha dito quem ia jogar no dia seguinte. Se nunca o fiz até hoje, por que o haveria de fazer agora?», questionou, antes de prosseguir: «Já disse que Casillas ficou de fora por opção técnica. Eu sempre disse que todos os jogadores no FC Porto, todo o plantel, está à disposição e está em condições de competir por um lugar na equipa. Só assim formamos, dentro de um plantel, um grupo competitivo no trabalho diário.»

Por isso, ter afastado Casillas frente ao Leipzig teve apenas a ver com questões de competitividade interna, garantiu: «Tem a ver com o quem é o adversário, com as características dos jogadores e com o que foi a semana de trabalho de cada um. Tem que haver competitividade interna. Se não, não temos um plantel forte e não temos jogadores a tentar lutar por um lugar na equipa (...) A competitividade tem tudo a ver comigo como líder. Há outros que se calhar valorizam o estatuto, os olhos, a cor da pele... Eu não. Eu sento-me à frente do nosso presidente nos estágio e vejo à frente uma pessoa que tem 58 títulos. É inigualável. A única grande referência que existe no nosso clube é o presidente. O Júlio César, por exemplo, tem 26 títulos e não vejo ninguém a questionar que ele tenha ficado no banco.»

«Se fosse problema disciplinar Casillas nem estava no banco»

Sérgio Conceição referiu, de resto, que não tem nenhum problema com Iker Casillas, que tem mantido um «comportamento irrepreensível» em todos os momentos com o grupo, mas isso não decide um lugar no onze.

«Escreveu-se que era um problema disciplinar? Isso é ridículo. Se fosse um problema disciplinar, ele nem estava nos convocados. Não entendo este alarido todo. Não houve telemóvel, não houve discussão, nada. Se quiserem, chamo o Casillas aqui no final e pergunto-lhe se tem algum problema com o treinador. E ele responde que não, como respondeu à frente de todo o grupo», garantiu, antes de dar por encerrado o tema do momento: «No que o Casillas é como pessoa no dia a dia não tenho nada a apontar. Não escolho pelos títulos, se não chamo o Vítor Baía que ainda tem mais títulos e vem para aí de muletas. Escolho por aquilo que são as características do jogador e o que são as características do adversário (...) O FC Porto não é gerido de fora para dentro. Aqui estatuto é igual a rendimento. Posso tomar uma opção; ou não?»