A maldição ucraniana voltou a atormentar os Guerreiros. Ainda não foi desta que os bracarenses conseguiram levar de vencida uma equipa da Ucrânia e o Sp. Braga está fora das competições europeias, caindo de forma precoce da Liga Europa. Empate a dois com o Zorya, a fazer prevalecer a vantagem nos golos fora para ditar o apuramento do conjunto de leste.

O Sp. Braga teve duas vezes em vantagem com dois grandes golos, um de João Novais de livre e um de Ricardo Horta numa boa combinação com Esgaio. A intranquilidade da equipa, tendo como principal indicador a passividade da defesa, foi o calcanhar de Aquiles do conjunto de Abel Berreira.

Superior aos ucranianos, o Sp. Braga teve de joga contra os seus próprios impulsos e contra a sua superioridade evidente. A vantagem residual da primeira mão tornou-se numa fronteira ténue para ser gerida neste encontro, e ao mesmo tempo uma espécie de estímulo para o Zorya, que não se envergonhou e assumiu a sua inferioridade.

O guarda-redes Luiz Felipe tentou, para além de perder tempo, ousar com situações caricatas inclusive com um apanha bolas num espelho fiel daquela que foi a intenção do conjunto de leste: segurar o empate o máximo possível e esperar que uma bola despejada na área desse num golpe de sorte.

Cenário estranho para o Sp. Braga, teve domínio mas nunca se quis expor. O setor mais recuado teve muita bola, foi sempre requisitado para construir jogo e ao mesmo tempo teve de ter atenção redobrada aos pontapés para a frente do Zorya.

Foi neste limbo que os pupilos de Abel tiveram de se mover. Cientes de que são melhores mas ao mesmo tempo a ter de controlar as matreirices de uma equipa aguerrida e organizada, mas pouco dada a grandes relações com o esférico.

Face ao cinismo ucraniano, a espaços o Sp. Braga sentiu-se mesmo na obrigação de correr a atrás de um prejuízo que não era seu, à exceção dos últimos oito minutos mais a compensação. O cronómetro foi correndo, a exibição bracarense perdendo cor e as bancadas ganhando desconfiança.

Um livre superiormente cobrado pelo especialista João Novais pôs água na fervura, provocou uma ebulição na Pedreira e permitiu ao Sp. Braga respirar. Só que, a exemplo do que aconteceu na Ucrânia, a vantagem durou poucos minutos. O Zorya mostrou a sua «ratice» e apenas quatro minutos volvidos do golo marcado o Sp. Braga permitiu que Ratão fizesse o empate.

Pairou o especto do prolongamento, voltou a atemorizar o estigma de jogar contra equipas ucranianas, que se viria a confirmar no final do encontro. Uma triangulação de excelência entre Esgaio e Ricardo Horta voltou a dar vantagem aos bracarenses, mas outra vez num espaço de tempo diminuto. Karavaev, autor do golo da primeira mão, voltou a marcar e confirmou a eliminação do Sp. Braga.

Os jogadores do Sp. Braga como que sucumbiram com o empate final e a eliminação europeia. Os Guerreiros caíram frente a um adversário inferior, mas no final houve direito a comunhão entre os adeptos e os jogadores com mais pedidos de «Braga campeão». O Sp. Braga está fora da Liga Europa.