Daniel Ramos, treinador do Marítimo, após a derrota no Bessa com o Boavista, 3-0:

«Há mérito do Boavista, mas há um desnível muito acentuado do resultado em relação ao que se passou em campo. Basta vermos que, em toda a primeira parte, o equilíbrio foi uma constante. Poucas oportunidades de golo, muita luta, muita disponibilidade de ambas as equipas. Entrámos melhor do que o Boavista na primeira e na segunda parte, mas logo a abrir a segunda parte um 2-0 novamente de bola parada».

«Os livres fizeram a diferença no jogo. Foram muito bem batidos e deram ao Boavista a tranquilidade que estava à procura».

«Houve sempre reação do Marítimo, não criámos o que queríamos, mas tentámos, tivemos bola, aproximações de baliza, algumas oportunidades. Podíamos ter concretizado e proporcionado um resultado mais condizente com o que se passou. Era justo termos feito golos também e a diferença no resultado é injusta em relação ao que foi o jogo»

«Faltou sermos mais práticos, mais capazes de aproveitar os desequilíbrios. Houve muitas possibilidades de aceleração para o corredor contrário e nós fomos lentos em muitos momentos, não explorámos essas ações de maior aceleração, também fruto do resultado, de queremos aproximar-nos rapidamente da baliza, que explorámos a profundidade em vez da aceleração».

«Faltou-nos pensarmos o que era melhor, e faltou-nos um golo. Houve momentos em que podíamos ter sido mais tranquilos na finalização e na hora de criar oportunidades, se o tivéssemos feito, o jogo seria diferente. No 3-0 cometemos uma asneira, que fez com que o jogo ficasse praticamente decidido».

«Mas não está tudo mau, nada disso. Cometemos erros, o Boavista aproveitou duas bolas paradas e o desfecho foi assim, mas não estamos nada apreensivos em relação ao resultado. Fizemos muitas coisas boas».

«Sabíamos que jogar aqui passa muito por exigência. O Boavista também teve dificuldades em criar oportunidades, mas a vantagem no resultado deu-lhes mais estabilidade e mais possibilidades de ser aquilo que são onde são mais fortes: fecharem e reduzirem os espaços, tentarem sair em contra-ataque. Do ponto de vista estratégico não nos interessava nada ficarmos em desvantagem, principalmente na primeira parte, porque nos obrigou a arriscar e também errámos quando arriscámos».

[Sabor amargo por não aproveitarem empate do Sp. Braga?] «Não diria amargo, mas as vitórias fazem a diferença toda de quem quer aproximar-se para cima e fugir de baixo. Nós não olhamos o V. Guimarães e o Sp. Braga como objetivos, queremos é fugir dos de baixo. Há algumas equipas com possibilidade de lutar pelo 6.º lugar, por isso queríamos pontuar para conseguirmos fugir, e, se possível, aproximarmo-nos dos de cima. De forma humilde porque claramente o Sp. Braga e o V. Guimarães têm melhores planteis e outro tipo de capacidade de resposta, até algumas equipas abaixo. Nós temos uma equipa que vale pelo seu todo e que tem conseguido pontos, à semelhança de outras que estão abaixo. Podemos lutar pelo sexto lugar, e, da mesma forma que o conseguimos, podemos mantê-lo. Para isso é preciso rigor, determinação, vitórias, e desejar que os percalços sejam poucos».