Ninguém será capaz de desmentir que um golo madrugador é um excelente ponto de partida para qualquer jogo (do ponto de vista de quem o marca, claro está), mas no futebol já se sabe que a paciência é servida em doses reduzidas nas bancadas.

O Sporting marcou logo ao terceiro minuto, graças a um desvio de cabeça de Nani após um canto de Acuña na esquerda, mas isso atirou a equipa para um patamar de prudência que não agradou muito aos adeptos.

As transições do Moreirense justificavam as cautelas, ainda que sem efeitos práticos no último terço, mas os adeptos leoninos mostraram alguma impaciência, combatida depois com eficácia.

Ao minuto 26 o Sporting aumentou a vantagem, por intermédio de Bruno Fernandes, na recarga a um remate de Ristovski defendido por Jhonatan, numa sequência que começou com um cabeceamento de Diaby à trave.

Na maioria dos casos o jogo talvez tivesse ficado resolvido aí, mas o Moreirense mostrou que é uma equipa muito bem trabalhada. Já tinha esboçado uma ou outra saída rápida antes do segundo golo sofrido, mas só depois se tornou mais acutilante no último terço. Chiquinho começou por tentar a sorte de longe, para um remate que saiu à figura de Renan (30m), mas depois «inventou» um golo que serviu de bandeja a Heriberto (34m).

Refira-se, porém, que pelo meio o Sporting teve uma excelente ocasião para fazer o 3-0, mas Bas Dost falhou aquilo que não costuma falhar na área.

O jogo ficou reaberto para a segunda parte, mas a etapa complementar esteve longe de corresponder à expectativa criada tanto pelo marcador como pela abordagem que ambas as equipas costumam colocar em campo.

Ivo Vieira ainda procurou ganhar poder ofensivo com as entradas de Bilel e Nenê, mas o Moreirense, embora dividindo mais o jogo na segunda parte, foi pouco incisivo no último terço.

Marcel Keizer lançou Raphinha mais cedo, desta vez, e o esquerdino ainda fez Alvalade gritar golo, mas o lance foi invalidado por fora de jogo assinalado pelo árbitro assistente (que esperou pelo final da jogada), numa decisão difícil, mas suportada depois pelo vídeoárbitro (80m).

O triunfo não fugiu ao leão, contudo, que dessa forma não perde terreno para o tridente da frente, vitorioso na véspera.

A paciência é uma virtude, mas só até certo ponto, e Alvalade ainda procura o equilíbrio entre a postura de Marcel Keizer e a ansiedade dos adeptos. Aquilo que o leão precisa para ser mais voraz está algures no meio.