Cinco derrotas nas últimas sete jornadas, 20 pontos e um 15.º lugar nada condizente com as últimas épocas. Foi neste contexto que o Paços recebeu em casa o V. Setúbal, que está bem acima (9.º lugar, com 29 pontos)… A verdade é que da Mata Real, os sadinos levam quase sempre uma história para contar (11 vitórias pacenses em 15 receções) e já na primeira volta o embate entre ambos não tinha tido um bom fim para a formação de José Couceiro (que sofreu a maior goleada da temporada 1-4, dessa vez também com bis de Welthon).

Cabia portanto ao Paços saber aproveitar no estádio Capital do Móvel esta pequena tábua de salvação na luta pela manutenção, que está longe de estar assegurada, para poli-la e transformá-la numa espécie de prancha, ganhando balanço para subir uns lugares na classificação.

A verdade é que o jogo começou partido. Domínio pacense, no início, reação vitoriana, contrarreação caseira e escassez de oportunidades claras de golo.

A primeira, porém, apareceu a meio da primeira parte, quando Medeiros cruzou da esquerda apanhando a defensiva sadina em contrapé: Welthon subiu e colocou primorosamente de cabeça ao poste mais distante.

Paços-V. Setúbal: o filme do jogo

O Paços inaugurou o marcador e a partir desse momento deu a iniciativa de jogo ao adversário. Vasco Seabra abdicou o 4-3-3 inicial, recuou os extremos Medeiros e Osei (que trocaram de flanco constantemente), e passou a defender com duas linhas de quatro, com Pedrinho a subir ligeiramente para dar apoio a Welthon lá na frente.

O Vitória teve mais domínio no meio-campo a partir desse momento, mas não desmontou o 4-2-3-1, tampouco teve espaço para criar oportunidades no último terço do terreno.

Costinha foi tentando de longe, Mikel segurando as pontas no meio-campo, mas só na segunda parte, quando João Carvalho e Nuno Santos tentaram visar a baliza de Defendi em dois minutos seguidos (57’ e 58’) houve perigo real na Mata. E na Mata, pois claro, quais lobos dos contos infantis, os castores souberam ser matreiros e encontrar o desfecho que mais lhe convinha para este enredo.

Paços-V.Setúbal, 2-1 (destaques): mais um bis do «Romário dos remediados»

Aos 65’, Welthon voltou a vestir a pele de caçador (afinal, estamos no Carnaval e ele até é brasileiro) e, após um cabeceamento ao segundo poste de Baixinho, apareceu em cima da linha a mergulhar para de novo de cabeça sentenciar a partida.

Em cima dos 90 o árbitro Nuno Almeida descobriu um empurrão na área de Bruno Santos sobre Meyong, que converteu, reduzindo para 2-1.

O veterano goleador camaronês não foi porém a tempo de retirar o final feliz aos pacenses, que venceram com justiça e deram um salto de gigante na luta pela manutenção, com a cabeça de Welthon a valer dois golos e três pontos.