«Bastou» Pizzi fazer continência e o Benfica passou da dúvida à goleada.

A justiça da vitória encarnada não pode ser colocada em causa (como é óbvio), mas o 4-0 aplicado ao Tondela pode esconder o suor que o líder teve de deixar em campo para recuperar os quatro pontos de vantagem sobre o FC Porto e deixar o rival Sporting a dez.

Ao intervalo o nulo resistia no marcador, depois de uma primeira parte em que o Benfica, que na ronda anterior empatara em casa com o Boavista, parecia alimentar sinais de quebra. Mérito também da organização defensiva desenhada por Pepa, de regresso à Luz, que no entanto não teve sequência na segunda parte, com o «lanterna vermelho» a acabar goleado.

E não deixa de ser irónico que tenha sido um «bis» de Pizzi a embalar o Benfica para um triunfo mais folgado. Jogador mais influente do Benfica esta época, o médio voltou a estar distante desse nível na primeira parte (tal como diante do Boavista), o que teve influência nas dificuldades sentidas pelo Benfica nesse período.

Mas a influência de Pizzi vê-se também nos golos, e o «bis» do camisola 21 libertou a equipa. Um grande golo de Rafa (o primeiro de águia ao peito) e um penálti de Jonas já nos descontos deram volume exagerado ao marcador.

Com Gonçalo Guedes na bancada (ou na porta de saída), a grande novidade do onze encarnado foi Zivkovic.

Menos fulgurante do que noutras ocasiões, porventura «escaldado» com os três golos sofridos na ronda anterior, o Benfica fez uma primeira parte fria. Jonas protagonizou os dois lances de maior perigo desse período, mas viu Cláudio Ramos negar-lhe o golo, com o Tondela a ameaçar apenas com um golo bem anulado a Wagner.

Rui Vitória trocou Cervi por Salvio ao intervalo e o Benfica arrancou para uma segunda parte bem diferente, sobretudo a partir do minuto 58, quando surge o primeiro golo (de Pizzi), na sequência de um pontapé de canto.

Pepa tentou ainda tentou «esticar» o Tondela com as substituições, mas isso foi aproveitado por um Benfica mais relaxado. O segundo golo de Pizzi sentenciou o jogo (76m), mas a insaciável ainda marcou mais dois: um fantástico chapéu de Rafa, muito festejado no relvado, e um penálti de Jonas a fechar, do qual resultou a expulsão de Pica.

Um resultado pesado para o Tondela, que quebrou na segunda parte, mas que permite ao Benfica afastar os sinais de quebra, ainda que no futebol isso tenha de ser feito semana após semana.