Rio Ave e Portimonense defrontaram-se num duelo de aflitos que já não venciam há cinco jornadas e os vila-condenses saíram por cima, com um triunfo por 2-0. A equipa de Luís Freire deixa a zona vermelha dos lugares de despromoção e sobe ao 15.º lugar, já acima da «linha de água».

O Portimonense, por outro lado, cai para lugar de play-off.

O Rio Ave entra no novo ano a ganhar e pode agarrar-se à esperança de que 2024 prevê-se mais agradável. Há espaço para reforços, que virão aumentar o nível médio do plantel e a equipa tem capacidade para evoluir e competir por um campeonato tranquilo na segunda volta.

FILME DO JOGO

A primeira parte ofereceu pouca qualidade de jogo. O Portimonense começou com mais bola, mas o Rio Ave rapidamente assumiu o comando do jogo e voltou a imprimir em campo o estilo que gosta e Luís Freire pede à equipa, com circulação e várias combinações.

Ainda assim, os vila-condenses tiveram dificuldades em penetrar na defensiva algarvia e, por isso, chegaram ao intervalo sem qualquer real ocasião de golo.

O Portimonense, que depois dos minutos iniciais assumiu uma postura mais expectante e optou por explorar a profundidade e as costas dos centrais do Rio Ave, conseguiu ameaçar antes do descanso. Primeiro, com recurso à longa distância, pouco depois da meia hora de jogo, Gonçalo Costa obrigou Jhonatan a aplicar-se com uma excelente defesa. Depois, Miguel Nóbrega comprometeu com a bola nos pés em zona de construção e deixou os algarvios com a bola – valeu que Hélio Varela atirou ao lado.

Se a primeira parte foi à «moda do Tugão», logo após o regresso dos balneários o jogo animou e até a temperatura fria que se fazia sentir em Vila do Conde pareceu ter desaparecido.

O jogo esteve mais aberto, consequentemente com mais espaços e, depois de o Portimonense ameaçar num par de ocasiões, o Rio Ave assumiu a iniciativa e partiu para cima da defesa algarvia, com uma circulação de bola muito mais rápida do que no primeiro tempo.

A equipa de Luís Freire também dispôs de duas oportunidades de golo ainda dentro dos primeiros 10 minutos – mais do que em toda a primeira parte – e, à terceira, não desperdiçou.

Se, na primeira parte, o Portimonense não aproveitou o erro clamoroso de Nóbrega, o Rio Ave não se fez de rogado perante uma oferta dos forasteiros. Vinícius saiu da baliza, parecia ter o lance controlado, mas soltou a bola e proporcionou o golo de Emmanuel Boteng, já depois de o remate de Costinha ter sido cortado em cima da linha de golo.

O golo sofrido, porém, até libertou o Portimonense e foi o «clique» para que a equipa de Paulo Sérgio se aproximasse com mais perigo da baliza de Jhonatan. O grande obreiro dessa façanha foi Hélio Varela, que não teve qualquer problema em assumir o protagonismo e voltar a mostrar que é um dos mais valiosos do plantel.

A pressão dos algarvios, apesar de traduzida em boas oportunidades de golo, não surtiu efeito e, no último quarto de hora, o Rio Ave conseguiu reorganizar-se e anular o perigo.

A juntar a isso, mesmo em cima do minuto 90, os vila-condenses aproveitaram o espaço concedido pela linha defensiva algarvia e pagaram com a receita que o Portimonense trouxe para a primeira parte. Emmanuel Boateng combinou com Zé Manuel, arrancou pela direita em velocidade e serviu o companheiro de ataque para o 2-0, que deu tranquilidade e sentenciou a partida.

O Rio Ave entra no novo ano com o pé direito: é a terceira vitória dos vila-condenses na Liga, todas elas por 2-0. Já o Portimonense, acentua a crise e vai para o sexto jogo sem vencer.