O Arouca está de volta a Alvalade, para um jogo que será, necessariamente, diferente da estreia da equipa na I Liga, de má memória para a equipa de Pedro Emanuel. Mais experientes, mais identificados com aquilo que o treinador pretende, os arouquenses prometem apresentar-se agora na disposição de fazer estragos.

«Preparámos o jogo dentro da nossa realidade, sabendo que o Sporting terá mais bola, e é extremamente forte nas individualidades em determinados momentos. Montámos a equipa num contexto de aproveitamento dos momentos em que somos fortes, que é a qualidade da nossa saída, ou a capacidade de estarmos organizados, não permitindo ao adversário conquistar espaços», desvendou o técnico, esta sexta-feira, no lançamento do jogo.

«Pressão existe sempre para o lado do Sporting. Num jogo desta natureza, em Alvalade, não será o Arouca que estará sob pressão… Depois do empate, dos casos do Slimani e do prórpio Rojo, que o Marco já assumiu, vão afetando o espírito, mas não deixa ser uma grande equipa e naturalmente pressionada para ganhar. Mais ainda quando tem um defensor acérrimo disso, o expoente máximo do clube, que é o seu presidente», prosseguiu.

Na quinta-feira, David Simão confessou que assinava já por baixo caso lhe propusessem um empate nesta partida, resultado que Pedro Emanuel, não esconde, será sempre um desfecho positivo. «Não vou dizer o contrário, mas o mais importante é estarmos conscientes das nossas possibilidades, da nossa identidade, e isso dá-nos esse entusiasmo para podermos disputar pontos», confessou, desenvolvendo um pouco mais a ideia do médio:

«Primeiro, temos de realçar aquilo que é o espírito que a nossa equipa tem, no sentido saber qual é a sua realidade e objetivos. Como disse no final do último jogo, um ponto é um ponto, e trabalhamos sempre para conquistar pontos, mas nunca sabemos os resultados antes de começar o jogo. Prefiro jogá-lo, disputá-lo, e, no final, cada um fará as suas contas. Espero que vamos ao encontro dessa filosofia.»

O fator Nani

O regresso apoteótico de Nani a Alvalade não deixou, como é óbvio, indiferente o treinador arouquense. «Vamos encontrar um adversário motivado com a chegada de um jogador que entusiasmou a massa associativa, e não só, até pelo discurso dos seus responsáveis, que já disseram que querem conquistar o título», notou, não negando as repercussões que a chegada do ex-Manchester poderá ter no jogo:

«É um jogador que foi formado lá, saiu para grande, e teve a possibilidade de regressar. É claro que entusiasma e há, também, a qualidade que vem acrescentar ao plantel. Há também aquela questão de quem irá saltar para lhe dar o lugar, mas Isso é uma preocupação para os outros extremos….»

Como ou sem Nani, o técnico promete uma equipa com espírito coletivo forte, muito solidária, e aguerrida. «O nosso conceito resume-se ao trabalho coletivo, reconhecemos as capacidades de um jogador como ele, mas não podemos individualizar, senão o Sporting até poderia ter duas equipas com aquele plantel, e ambas muito competitivas e de grande qualidade. Vamos ter de funcionar como equipa, dentro da nossa identidade e princípios de jogo», resumiu, terminando com um desejo:

«Esperamos que o estádio esteja cheio, à imagem do ano passado, com muito entusiasmo à volta equipa. Vamos imbuídos de espirito luta, de trabalho, e sabemos que vamos estar em sacrifício, quando não tivemos bola, mas nós temos essa grande virtude de saber qual é a nossa realidade e o que podemos fazer.»