O Benfica ascendeu este domingo à liderança da Liga com uma goleada por 4-0 em casa do Nacional, em jogo da 4.ª jornada do campeonato. Dois golos em cada metade deram uma inequívoca expressão à superioridade das águias na Choupana, ante um adversário que até começou bem, mas cedo mostrou que não estava em posse dos argumentos indispensáveis para contrariar uma equipa com outras soluções, fruto do seu incomparável peso financeiro.

Os encarnados apresentaram o onze inicial que gelou Salónica e garantiu a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões, na quarta-feira, enquanto o Nacional levou a jogo uma equipa com duas alterações – Marakis e Arabidze por troca com Alhassan e Witi.

Os minutos iniciais revelaram duas equipas muito aguerridas na luta pela posse de bola, apostando ambas em surpreender com transições rápidas pouco criteriosas.

Foi preciso chegar ao minuto 12’ para o perigo rondar uma das balizas, e acabou por ser a de Daniel Guimarães. Salvio encontrou espaço na esquerda e, após tabelar com Seferovic, rematou forte à entrada da área levando o esférico a sair um pouco ao lado do poste direito do guardião madeirense.

O jogo estava intenso e o Benfica, já com mais critério, estava a tirar mais partido dessa circunstância. Aos 20’, o extremo argentino, desta vez servido por Pizzi, surgiu já na plena área e obrigou Daniel Guimarães a aplicar-se desta vez.

A formação encarnada ganhava muitas segundas bolas e pressionava muito alto. O perigo passou a rondar a baliza madeirense e, pouco depois, Seferovic só não marcou por um triz. Melhor dito, chegou um tudo ou nada atrasado, já na pequena área, a uma bola bem metida por Grimaldo.  

O Nacional procurava construir, mas o Benfica não deixava e, logo que recuperava a bola, aproximava-se com perigo do último reduto alvi-negro. Aos 28’, Salvio fez tudo como mandam as regras e, com muito talento, serviu Seferovic para abrir o marcador, com o suíço a colocar fim a uma seca de golos na I Liga que durava há dez meses.

Já se adivinhava tal desfecho, tal a produção atacante dos encarnados. Mas a satisfação de Rui Vitória sofreu logo a seguir um revés, com Fejsa a pedir para sair, devido a lesão. Entrou Alfa Semedo para o lugar do sérvio mas nada mudou no jogo. O Nacional não conseguia reagir com critério, pelo que os lisboetas continuaram mandar nas operações.

Camacho, aos 40’, ainda assustou pelo Nacional após driblar André Almeida na grande área, mas foi o Benfica a criar lodo de seguida dois lances para golo e com os mesmos protagonistas do primeiro, e com Seferovic a servir Salvio. O argentino algo chegou atrasado à primeira solicitação, aos 41’, mas entrou com tudo na segunda, dilatando a contagem para 0-2, a um minuto do intervalo.

Estocada final no jogo antes do intervalo?

Ir para o descanso a perder por 2-0, ainda por cima com um tento sofrido já perto do apito para o descanso costuma ser difícil de digerir para muitas equipas, ainda por cima quando defrontam adversários reconhecidamente mais fortes.

Ciente de que era preciso fazer alguma coisa, Costinha optou por deixar Marakis nas cabines e lançar Palocevic a jogo, numa tentativa de ganhar e manter mais posse no meio campo, algo que deixou de fazer  ainda antes de sofrer o primeiro golo.

O Benfica entrou para o segundo tempo já em modo de gestão de jogo e de esforço. Talvez porque a partida deste domingo representava a oitava em menos de um mês, com destaque para quatro jogos a contar para o apuramento da fase de grupos da Champions.

O Nacional passou a chegar com mais perigo ao último reduto dos encarnados, mas a história dos últimos 45 minutos revela que apenas em duas ocasiões, e ambas desde a meia distância. Vlachodimos também mostrou classe para manter a sua equipa sem golos sofridos.

Pelo meio, mais precisamente aos 76’, Grimaldo, matou o jogo, após ser assistido por Pizzi, que assinou uma grande exibição na Choupana.

Rafa, já em período de descontos, elevou a vantagem para 0-4, com um belo chapéu em resposta à tentativa de fazer a mancha de Daniel Guimarães. Vitória tranquila mais que justa das ‘águias’ na Madeira ante um adversário que revelou muitas fragilidades.