Três dias depois do triunfo com que afastou o Vitória da Taça de Portugal, o Benfica venceu a segunda batalha em Guimarães.

De novo pela margem mínima. Se na terça-feira valeu João Félix, hoje, foi um golo de Seferovic a fazer a diferença.

Lage oscilou, mas não caiu e seguiu com a firmeza possível para o quarto triunfo consecutivo desde que substituiu Rui Vitória no comando técnico do Benfica.

O técnico dos encarnados fez cinco alterações em relação ao jogo de terça-feira. Além de encontrar substitutos para o castigado Rúben Dias e para o lesionado Fejsa, surpreendeu sobretudo ao incluir Castillo no lugar de Seferovic, na parelha de ataque com João Félix.

Luís Castro fez apenas três alterações e prescindiu da qualidade técnica de Mattheus para impor um meio-campo de combate, com Wakaso e Joseph à frente da dupla de centrais Osorio e Pedro Henrique – em excelente plano, uma vez mais.

O Vitória entrou pressionante, colocando o Benfica em dificuldades nos primeiros minutos. O objetivo de Luís Castro parecia claro: nunca perder o controlo do meio-campo.

V. Guimarães-Benfica, 0-1: ficha e filme do jogo

Na verdade, o 4-4-2 dos encarnados mostrava dificuldades em impor o seu jogo, apenas com Gabriel e Samaris (no lugar do lesionado Fejsa), na zona central do meio-campo.

Ainda assim, o Benfica mostrava a competência habitual nas transições rápidas. Pizzi sobre a direita e Cervi na esquerda esticavam o jogo e criavam perigo.

As oportunidades claras dividiam-se já perto do final da primeira parte: se de um lado Osorio salvou uma emenda de Castillo (41’), do outro Guedes desperdiçou um golo cantado na cara de Vlachodimos.

Ao intervalo, as coisas equilibravam-se com dois remates enquadrados para cada lado e posse de bola dividida (49%-51%). Um registo que não se alterou substancialmente no segundo tempo. Ainda assim, o Vitória surgiu por cima no jogo em largos períodos e Davidson, sobre o lado esquerdo do ataque do Vitória, foi um quebra-cabeças constante para André Almeida.

Tudo começa a mudar a vinte minutos do final. Castro arriscou, ao tirar Joseph para colocar João Carlos Teixeira. Tirou músculo para dar alguma lucidez ao meio-campo vitoriano. Ainda assim, apesar da vontade, continuou a faltar discernimento no derradeiro passe e eficiência no último terço do terreno.

Por sua vez, Lage demorou um minuto a responder, lançando Seferovic em campo para o lugar do apagado Castillo, que se estreou a titular em jogos da Liga.

V. Guimarães-Benfica, 0-1: destaques do jogo

Facto é que o suíço apareceu no jogo para abrir as portas do castelo, ao fim de dez minutos em campo: Gabriel fez um passe magistral, André Almeida surgiu na frente e fez um cruzamento na direita para Seferovic fazer o oitavo golo na Liga, marcando pela terceira jornada consecutiva – e igualando o seu melhor registo de sempre em termos de produtividade, com 11 golos, tal como em 2014/15.

Com o golo, o Benfica passou a gerir melhor as incidências do jogo e nos minutos finais a equipa de Luís Castro já parecia sem fôlego para correr atrás do empate.

Pressionados pelos triunfos de FC Porto e Sp. Braga ao início, os encarnados sofreram muito e estiveram em risco de se atrasar de forma quase irremediável na corrida pelo título. Um golo bastou para recuperarem o segundo lugar aos minhotos e manterem o líder em ponto de mira, a cinco pontos de distância, antes do duelo no clássico de terça-feira, a contar para a meia-final da Taça da Liga.

Quem não tem a pistola de Jonas, bem pode valer-se de um canivete suíço. Apesar das dificuldades, este novo Benfica de Lage tem sabido encontrar as suas armas para vencer cada batalha.