Missão cumprida sob a batuta do capitão Nani. Depois de mais uma semana conturbada para os lados de Alvalade, o Sporting arrancou uma segunda vitória diante do Vitória e, assim, pode ir à Luz com os mesmos pontos do que o Benfica. Um triunfo que começou a ser desenhado, de forma simples, pelo capitão dos leões, com um golo revestido de experiência, mas que depois se complicou nas luvas de Salin e na ousadia de Zequinha. O leão só se voltou a levantar com novo golo de Nani depois de Jovane ter voltado a agitar o jogo. Depois foi preciso saber sofrer.

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O Sporting entrou com tudo, partindo de imediato para o ataque, logo após o pontapé de saída, ainda ao som do «Mundo sabe que…», com Acuña a rematar a rasar o poste. Era apenas um sinal. Os leões procuraram desde o primeiro minuto alargar o jogo, obrigando o Vitória também a esticar as suas linhas para defender uma larga faixa do terreno. A verdade é que os sadinos adaptaram-se bem a esta estratégia, com duas linhas bem definidas de quatro jogadores, bem sincronizadas, deixando apenas Costinha e Zequinha, prontos para saírem disparados, a acorrer às bolas longas que saíam da defesa.

As equipas estavam ainda a adaptar-se ao jogo imposto pelos leões quando o Sporting chegou ao golo, com Nani, a recorrer à experiência acumulada, para surpreender toda a gente. Lançamento lateral de Jefferson sobre a esquerda, Nani levanta a cabeça com se fosse cruzar para o segundo poste, deslocando toda a defesa sadina, antes de atirar colocado junto ao primeiro poste, deixando Cristiano pregado ao relvado. O que parecia difícil tornou-se subitamente fácil.

O Sporting estava em vantagem e parecia estar por cima do jogo, com uma pressão alta a desarmar o Vitória na sua zona de construção, mas a vantagem no marcador durou apenas dez minutos. Numa das muitas bolas longas que o Vitória ia experimentando resultou no empate. Enorme fífia de Salin que parecia ter o lance controlado, mas deixou escapar a bola entre as luvas e, pior do que isso, entregou-a de mão beijada a Zequinha que não se fez rogado e marcou como quis.

Um golo que deu confiança ao Vitória e que deixou muitas dúvidas entre os leões. O Sporting procurou reagir rápido, mas as tais duas linhas defensivas do Vitória estavam cada vez mais bem sintonizadas, permitindo ao leão trocar a bola longe da área, mas fechando todos as entradas com cadeado. Nani bem procurava criar desequilíbrios, trocando de flanco com Acuña ou juntando-se mesmo ao argentino para colocar a dificuldades a Mano, mas, a espaços, o Vitória metia os leões em sentido. Zequinha, por muito pouco, não escapou mais uma vez para a área de Salin. Os leões até voltaram a ameaçar novo golo, na sequência de um livre e uma cabeçada de Battaglia que levou a bola a beijar a trave, mas o Vitória respondeu mais uma vez com Costinha a lançar Cádiz que rematou na passada para uma grande defesa de Salin.

Bas Dost não volta para a segunda parte

Os últimos dez minutos mostraram um Sporting sem ideias para chegar à área de Cristiano, com Bruno Fernandes e Bas Dost com extremas dificuldades em ligarem-se ao resto da equipa. Talvez por isso, o avançado holandês, que já tinha apresentado queixas na primeira parte [Montero esteve a aquecer], já não voltou para a segunda, cedendo o lugar a Fredy Montero. A verdade é que o colombiano entrou bem e numa combinação com Jefferson esteve perto de marcar, logo a abrir, com uma cabeçada que obrigou Cristiano a defesa apertada. Pouco depois, um corte de Vasco Fernandes com a mão proporcionou um livre frontal ao Sporting e Nani atirou colocado, à barra.

O Sporting entrava melhor, mas o Vitória ia-se consolidando à medida que os minutos passavam, restabelecendo a boa organização defensiva que já tinha demonstrado na primeira parte. Os leões voltavam a cair num jogo previsível, facilmente desmontado pelos sadinos. Peseiro tentou abanar a equipa colocando mais gente na frente, com Jovane a entrar para o lado direito, em detrimento de Misic. Acuña juntava-se a Battaglia no meio e os leões conseguiam, finalmente, jogar na área sadina, com Bruno Fernandes mais próximo de Montero e Nani e Jovane a procurarem mais zonas interiores, empurrados pelos laterais.

Depois de uma primeira ameaça de Bruno Fernandes, o Sporting recuperou mesmo a vantagem. Acuña levou toda a gente à frente e abriu para Jovane que cruzou tenso para a cabeçada bem medida de Nani que surgiu solto na zona de penálti. A alteração de estratégia de Peseiro trouxe frutos quase imediatos. O Sporting, com Acuña, no centro, reforçou claramente o poder de construção em detrimento do jogo mais defensivo protagonizado por Misic.

Lito Vidigal também mexia, mas sem modificar a estrutura inicial, refrescando a sua equipa com as entradas de Éber Bessa e Hildeberto. O resultado continuava perigoso para os leões que já tinham deixado escapar a primeira vantagem, até porque o Vitória voltava a mostrar-se atrevido, com Cádiz e agora Hildeberto a fazerem tremer a defesa leonina. José Peseiro procurou segurar a curta diferença com entrada de Petrovic para a saída, sob enorme ovação, de Nani, enquanto Vidigal arriscava tudo nos últimos minutos com a entrada de Alex.

Alvalade roeu as unhas até ao minuto 94, com o Sporting a deixar correr os minutos o mais longe possível da sua baliza até ao apito final de Manuel Oliveira. Ainda houve suspense quando Hildeberto caiu na área pressionado por Ristovski, mas o jogo acabou com uma arrancada de Jovane e os leões perto do terceiro golo, com Mathieu a atirar às malhas laterais, mas a verdade é que a vitória foi sofrida. Fica o essencial: missão cumprida antes da Luz.