O Vitória de Setúbal voltou este sábado a saborear um triunfo, o que já não acontecia desde a primeira ronda, ao bater o Moreirense, no Bonfim, com um categórico 3-0. Os sadinos estiveram quase sempre por cima do jogo diante de um adversário que procurou jogar com as mesmas armas, mas que acabou o jogo com apenas nove jogadores em campo. Hildeberto, com um «hat-trick, acabou por ser a grande figura da boa exibição da equipa comandada por Lito Vidigal

Confira a FICHA DO JOGO

As duas formações entraram em campo com dispositivos táticos idênticos e praticamente com as mesmas intenções, dando a sensação que jogavam frente a um espelho. Em cada um dos campos, dois médios mais fixos, de características defensivas, depois um trio com maior liberdade no apoio ao ponta-de-lança, Mendy do lado da equipa da casa, Nenê do lado dos visitantes. Além disso, as duas equipas privilegiavam a esquerda para fazer escoar o seu ataque, com Heriberto de um lado e Hildeberto a conseguirem maior profundidade em cada um dos campos.

O início do jogo foi, assim, equilibrado, com as equipas a atacar à vez, sem correr muitos riscos. Apear do equilíbrio, o Moreirense esteve mais perto do golo, nesta altura, com destaque para uma investida de Heriberto que fugiu a toda a gente e procurou surpreender Joel Pereira com um remate colocado. Joel Pereira voltou a ser posto à prova pouco depois na sequência de cruzamento largo de D’Alberto da direita e uma cabeçada forte de Nenê na zona de grande penalidade. O guarda-redes sadino teve de se aplicar para afastar a bola junto à trave com uma palmada.

Ultrapassados os primeiros quinze minutos, o Vitória, com o apoio das bancadas. Começou a crescer e esteve muito perto de abrir o marcador. Grande passe de Éber Bessa a colocar a bola nas costas da defesa onde surgiu Hildeberto que demorou a rematar, foi rodeado e atirou já em desequilíbrio, à figura de Jhonatan. A equipa sadina crescia em campo, procurando todos os espaços disponíveis para imprimir velocidade ao jogo. Chegou-se a gritar golo no Bonfim quando Semedo destacou Mendy e o avançado bateu Jhonatan com um chapéu bem medido. Com as bancadas já de pé e as gargantas abertas, surgiu Loum do nada, a cortar de cabeça.

O Vitória estava mesmo por cima e o golo foi uma questão de esperar mais uns minutos. Mais um grande passe de Éder Bessa a destacar Hildeberto que, no limite do fora de jogo, destacou-se para bater Jhonatan como quis. O Moreirense procurou reagir de pronto, subindo as suas linhas e o Vitória voltou a marcar, mas, desta vez, Costinha estava mesmo em posição irregular. Não valeu. O intervalo chegava logo a seguir, com o Vitória com uma justa vantagem, assente no ligeiro ascendente que conquistou na última meia-hora.

Dois vermelhos e mais dois de Hildeberto

O Moreirense procurou entrar mais forte na segunda parte, mas acabou por exagerar na dose e deitou tudo a perder. Primeiro porque o Vitória estava bem organizado e cedia poucos espaços, depois por erros próprios. Como aquela falta disparatada de Neto que, já no chão, esticou as pernas para derrubar Éber Bessa e viu um vermelho direto. Se o Vitória já controlava contra onze, contra dez ficou tudo ainda mais fácil.

Se ainda havia dúvidas, o Vitória fez questão de colocar os pontos nos «is» com mais uma transição rápida, com Mano a lançar Mendy que, apenas com Jhonatan pela frente, foi derrubado por Halliche pelas costas. O central argelino ainda toca na bola, mas a verdade é que também derruba o avançado e arriscou um vermelho que acabaria por chegar mais tarde.

Na conversão do castigo máximo, Hildeberto bisou, com um remate em força. Lito Vidigal reforçou então os setores mais permeáveis, com as entradas de Nuno Valente e Rúben Micael, tornando ainda mais evidente o controlo do jogo da parte da equipa da casa. O Moreirense, apesar de estar a jogar com menos um, num dia com temperaturas elevadas, nunca baixou os braços e deu luta até ao fim, mas a festa estava mesmo reservada para a equipa da casa.

A verdade é que o Vitória esteve quase sempre por cima e ainda marcou mais um golo, em mais uma transição. Nuno Pinto toca de calcanhar para Ruben Micael. O médio entra na área, ultrapassa Halliche e cruza para o interior da pequena área, onde surge Hildeberto a encostar. O avançado completava o «hat-trick» e o Moreirense acabava o jogo reduzido a nove, com Halliche, que já tinha visto um amarelo, a colecionar mais um e a recolher também mais cedo aos balneários.

O jogo acabou logo a seguir, com as bancadas em festa. Uma vitória que permite à equipa da casa dar um salto significativo na classificação, passando a contar com mais um ponto do que o Moreirense.