Aí vão seis vitórias consecutivas para o V. Guimarães, agora no Bonfim, e o quarto lugar é cada vez mais uma realidade, com os minhotos a reforçarem a vantagem sobre o Sp. Braga, que no domingo recebe o Sporting, para oito pontos, com apenas três jornadas para o final. A equipa sadina, apesar da boa primeira parte, somou o quarto jogo consecutivo sem conseguir marcar golos e continua a precisar de um ponto para poder festejar a manutenção ou esperar que o Tondela não vença no Bessa este sábado. Os minhotos demoraram a entrar no jogo, mas acabaram a primeira parte a crescer, entraram melhor na segunda, até que Marega, com duas assistências, abriu caminho para a sexta vitória consecutiva da equipa de Pedro Martins.

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No papel, as duas equipas tinham esquemas táticos muito semelhantes, com dois médios mais fixos, à frente da defesa, depois um trio mais solto no apoio ao avançado, mas no relvado as dinâmicas foram completamente diferentes. Os sadinos apresentaram, desde logo, um futebol bem mais pragmático, chegando facilmente, com três ou quatro pontapés, à área minhota, com toda a equipa a movimentar-se em bloco e os jogadores da frente a abrirem espaços, procurando surpreender a defesa contrária.

Os minhotos, por seu lado, procuravam construir jogo de trás para a frente, mas a uma velocidade bem mais reduzida, com os jogadores presos nas respetivas, posições, com Hernâni e Marega abertos sobre os flancos e Hurtado mais solto no apoio a Texeira. O quarto classificado procurou impor o seu jogo desde o início e, apesar de ter mais bola, não conseguia profundidade, até porque sempre que a perdia, tinha de recuar rápido, na perseguição aos sadinos, muito rápidos na resposta. Ao fim de vinte minutos, a equipa da casa já tinha somado quatro remates contra nenhum dos visitantes.

Edinho, com um desvio a um cruzamento de João Carvalho, deu o primeiro sinal, seguiram-se depois remate de Zé Manuel, João Amaral e Costinha fora da área, a obrigar Douglas a concentração reforçada. Hernâni ainda ensaiou algumas combinações com Bruno Gaspar sobre a direita, mas do lado contrário, Marega estava completamente fora de jogo. Os sadinos estavam, nesta altura, por cima do jogo, com destaque para as subidas de Nuno Pinto sobre o flanco, que permitiam a João Carvalho juntar-se a Edinho e Zé Manel na área. O avançado sadino voltou a estar perto do golo, depois de um grande lance de João Amaral.

A equipa de Guimarães só conseguiu mostrar-se já perto da meia-hora quando Hernâni largou a ala e derivou para o centro, antes de abrir para a entrada de Hurtado que, sobre a esquerda, cruzou com perigo, mas nem Marega, nem Texeira conseguiram finalizar. Na resposta, o Setúbal voltou a estar perto do golo, com mais um remate de Zé Manuel. Agora sim, havia jogo, com oportunidades, à vez, nas duas balizas. Até ao intervalo, o Setúbal teve mais uma oportunidade flagrante nos pés de Edinho e Guimarães outras duas, com destaque para um vistoso pontapé acrobático de Hurtado.

Chegava o intervalo, com uma equipa sadina mais rematadora, mas com os minhotos a crescerem. A verdade é que a equipa de Pedro Martins conseguiu transportar esse ascendente para a segunda parte em que, sem fazer alterações no onze, apresentou-se com um esquema diferente, em 4x3x3, com Hernâni e Marega agora bem mais perto de Texeira. O avançado uruguaio esteve perto de marcar logo a abrir, valendo ao Setúbal uma ousada saída de Varela de entre os postes.

Os minhotos estavam agora bem mais consistentes, também a recorrer ao pontapé longo, para chegar mais rápido ao trio da frente. O Setúbal tinha menos bola, mas continuava à procura de oportunidades para o contra-ataque e, numa delas, Edinho, com um grande passe, lançou Zé Manuel que, destacado, atirou contra Douglas. Mas era definitivamente o Vitória minhoto que estava agora por cima do jogo e acabou por chegar ao golo com as armas do adversário: rápido contra-ataque com Marega, sobre a direita, a cruzar largo para a entrada de Hernâni que domina e, perante a saída de Varela, meteu-lhe a bola por entre as pernas.

A equipa da casa estava obrigada arriscar, diante de um adversário que estava agora numa posição bem mais confortável e que, por muito pouco, não matou o jogo logo a seguir, com uma cabeçada de Hurtado. Seguiram-se as movimentações dos bancos, com Couceiro a arriscar com a entrada de Arnold e Pedro Martins, no sentido contrário, a lançar Celis para travar o último ímpeto dos sadinos.

O V. Setúbal nunca baixou os braços, continuou a dar tudo à procura do empate e arrancou aplausos das bancadas, mas a verdade é que a equipa de Couceiro está zangada com o golo desde o início de abril, quando bateu o Moreirense. Além disso, a equipa de Guimarães estava agora concentrada na defesa da preciosa vantagem que lhe permite praticamente assegurar o quarto lugar e a entrada direta na fase de grupos da Liga Europa.

Os sadinos ainda ameaçaram o empate já na ponta final, com um remate de João Carvalho a rasar a barra, mas na resposta o Vitória visitante acabou com o jogo, com Raphinha, lançado por Marega [duas assistências], a matar o jogo com o segundo golo dos minhotos.

O Vitória de Setúbal viu, mais uma vez, adiada a confirmação de que para o ano continua no primeiro escalão, mas, mesmo sem marcar há quatro jogos, pode fazer a festa já este sábado, caso o Tondela não vença o Boavista no Bessa.