Conhecem-no por ser o camisola 10 do Beira Mar, pelo dribles e assistências, talvez ainda por ter marcado no último jogo frente ao Setúbal, mas o que muita gente desconhece é que Luciano Ratinho ocupa os tempos livres com uma das mais velhas actividades da humanidade: a pesca. O jogador da equipa aveirense é um apaixonado por esta arte - sim, porque para ele é de uma arte que se trata - , que já praticava no Brasil e pôde prosseguir em Aveiro, onde tem todas as condições para impressionar os colegas e amigos com alguns «troféus» arrancados da água.
A praia da barra, em Aveiro, é o local onde Ratinho passa grande parte do tempo quando não está a jogar ou a treinar. Durante horas sem conta, espera, pacientemente, que o peixe morda o anzol. «Já apanhei uma dourada e o meu irmão, uma vez, pescou um robalo», afirma, orgulhoso, o avançado brasileiro. «Um dia gostava de apanhar um exemplar maior, mas para isso é preciso ter barco e ir lá para longe. Tenho família e não quero arriscar», lamenta o jogador-pescador que, além do mano, costuma ter por comparsa o colega Farah e conta conseguir «converter» mais alguns companheiros de equipa.
No Brasil, onde aprendeu os segredos da pesca, Ratinho experimentou, em paralelo, a caça. Chegou a apanhar animais de grande porte, mas a melhor recordação que guarda foram umas férias no estado do Mato Grosso, onde teve oportunidade de participar numa caçada ao jacaré. «Só os podemos apanhar à noite e coube-me segurar na lanterna para encandear o bicho. Depois, o caseiro acabou por abatê-lo», conta o jogador beira-marense, assumindo que se deliciou com o petisco, de sabor «semelhante ao frango».
Cão, nem pensar
De espírito aventureiro, Luciano Ratinho passou por alguns dos principais clubes brasileiros e até esteve uma época (2004) na Coreia do Sul, no Daejon Citizen. Aparentemente habituado a paladares fortes, faltou-lhe todavia coragem para provar uma das iguarias locais: «Um dia, preparam-nos cão para um jantar. Nem fui capaz de olhar para aquilo, uma carne escura, muito feia. Preferi outro prato, mais convencional, mas houve um colega meu brasileiro que provou e gostou muito.»