Ritual de humilhação, festival de enxovalho, parafernália de túneis, toques de calcanhar e dribles irreparáveis. Por outras palavras, Michael Laudrup vingou-se, no relvado, das palavras nem sempre doces dos jornalistas que acompanham o Swansea.

Aos 48 anos, o dinamarquês mantém uma centelha do génio que o projetou nas décadas de 80 e 90. Ainda por cima, neste jogo entre o staff do clube galês e a espécie de equipa formada pelos repórteres, Laudrup teve a companhia de Morten Wieghorst e Kristen O'Leary, outros antigos profissionais.

O resultado final foi de 10-4, favorável a Laudrup & companhia, mas isso nem era o mais importante. De todo. O ambiente pré e pós jogo, salutar, terá sido a maior vitória dos goleadores e a melhor conquista dos derrotados.

Cá em Portugal, estes jogos entre equipas técnicas e jornalistas são uma raridade. Infelizmente. As exceções merecem o meu aplauso, sim, mas não me posso esquecer do que normalmente acontece.

Equipo-me para defrontar equipas técnicas (normalmente na pré-temporada ou em final de época) e só aparecem roupeiros, dirigentes secundários e antigos futebolistas.

Com todo o respeito que todos eles me merecem, os treinadores portugueses (e os clubes) ainda não perceberam que a sua relação com a comunicação social pode (e deve) ser muito mais do que as conferências de imprensa institucionais.

PS: entretanto, está aí mais uma edição da MEDIA CUP. A equipa da Media Capital/TVI Porto, com quatro jornalistas do Maisfutebol (eu e os meus colegas Vítor Hugo Alvarenga, Germano Almeida e João Tiago Figueiredo), é a atual vice-campeã nacional. A estreia não foi perfeita, mas esteve longe de ser tão deprimente como foi a amostra de inépcia dos jornalistas galeses. Perdemos 2-1 contra a RTP/Porto.