José Mourinho atribui as quebras do Real Madrid ao facto de os jogadores não estarem habituados a jogar duas partidas por semana. Porque, diz, nos últimos anos o clube já não estava por esta altura na Taça nem na Liga dos Campeões.
«Depois do jogo com o Maiorca fui criticado porque fiz rotações e a equipa não esteve à altura na primeira parte. No fim criticam-me por fazer rotações com o Maiorca ou por não as fazer», começou por afirmar o treinador, na antevisão do jogo com o Sevilha da segunda mão da meia-final da Taça do Rei: «Em Janeiro jogámos nove jogos e há jogadores que estão habituados a fazê-lo, mas estes jogadores não estão habituados porque nos últimos anos o Madrid foi eliminado à primeira da Taça. E o mesmo na Champions. Estes jogadores estão habituados a jogar apenas a Liga.»
Olhando para a frente, Mourinho mostra-se optimista quanto à Liga dos Campeões e explica a ideia do cansaço: «Acho que ganharemos ao Lyon, com todo o respeito, e os jogadores vão habituar-se. O cansaço não é físico. O problema é que, do ponto de vista mental, custa mais jogar dois jogos por semana. Mas são homens e é uma questão de hábito. Um jogador é um animal de hábitos e para o ano estarão melhores.»
O técnico também diz que a equipa acusa a ausência de Pepe, ausente desde 6 de Janeiro e que
regressou hoje aos treinos: «Não gosto de falar dos que não jogam, mas tenho que dizer a verdade. A equipa com o Pepe joga melhor, pressiona mais, recupera bolas, é mais rápida e mais perigosa em contra-ataque.» Com isso, Mourinho diz que não quer fazer juízos sobre o processo de renovação do internacional português: «Tem mais um ano de contrato e não é uma preocupação agora. Se chega ou não a acordo é problema dele e da direcção.»
Mourinho não se mostra de resto preocupado por Cristiano Ronaldo não marcar há três jogos («Continua a dar o máximo) e admite dificuldades frente ao Sevilha, depois de o Real ter vencido fora a segunda mão por 1-0. «Não será fácil, mas queremos chegar à final, há muitos anos que o Madrid não chega», diz, pedindo apoio aos adeptos no Bernabéu.
E ainda falou da questão da luta pelo poder, a propósito da sua relação com Jorge Valdano, director-geral do clube. «Eu só tenho o poder de decidir quem joga, se nos concentramos, quando viajamos. É esse poder que quero e não quero outro tipo de poder.»
Conferência de Mourinho:
Espanha
1 fev 2011, 18:32
Mourinho e aquilo a que os jogadores não estão habituados
Noutros anos por esta altura Real já só lutava pela Liga, diz
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