* enviado especial ao Brasil

Mascherano

Um jogo à sua medida: se Messi é a centelha de quem se espera o desequilíbrio, Mascherano tem sido o líder, a referência que equilibra toda a equipa. Voltou a mostrá-lo, beneficiando do facto de Biglia ser um aliado muito mais efetivo do que Gago. O corte miraculoso com que impediu um golo de Robben, no 90º minuto, é até agora o ponto mais alto no grande Mundial que tem vindo a fazer, no regresso à posição que o projetou.

Vlaar
Atuação quase impecável do central do Aston Villa, até falhar o penalti que precipitou a eliminação laranja. Funcionando como posto de comando da linha de três defesas montada por Van Gaal, foi extremamente eficiente a jogar nas sobras e limpou o seu setor, sempre que falhava a vigilância mais à frente. Falta-lhe alguma qualidade para sair a jogar – um papel que neste esquema fica reservado aos laterais, o que empobrece claramente o jogo ofensivo da Holanda. Mas a culpa não é dele, como é óbvio.

Robben
Por caminhos diferentes do que faz Sabella com Messi, o esquema de Van Gaal transforma-o praticamente na única esperança de criatividade e agitação. Não fugiu à responsabilidade que esse estatuto comporta, fazendo o que fez sempre neste Mundial: procurar linhas, assumir dribles, partir para duelos. Poucas vezes conseguiu espaço, e no último minuto, quando este se abriu, teve pela frente o pé de Mascherano, a afastá-lo da glória.

Enzo Pérez
Promovido à titularidade pela lesão de Di María, começou como ala direito, mas rapidamente começou a vaguear entre linhas e a trocar de posição com Lavezzi. Assinou um bom início, ficando ligado às melhores iniciativas da Argentina, mas rapidamente, à imagem da equipa, foi esbarrando num muro de frustração e falta de espaço. Saiu aos 80 minutos, esgotado, após um jogo de grande intensidade. Se não fez esquecer as explosões de Di María, provou que o seu estilo de futebol mais ligado poderia ter sido útil mais cedo a esta Argentina de ligação direta.

Rojo
De regresso à titularidade, depois de cumprida a suspensão nos quartos de final, voltou também ao nível habitual neste Campeonato do Mundo: muito alto na consistência defensiva, e generoso no apoio ao ataque, embora com limitações visíveis num ou noutro cruzamento. A verdade é que Robben gosta de fazer estragos a partir dos seus terrenos e, desta vez, teve de procurar outras zonas para pesar no jogo. É um dos bons laterais deste Mundial e já nada o fará perder esse estatuto.

Messi
Foi, evidentemente, o seu jogo mais discreto neste Mundial, na linha do que já tinha feito com a Bélgica. Mas, mesmo assim, pertenceram-lhe os raros momentos que fizeram abanar a estratégia defensiva da Holanda. Só inquietou Cillesen num livre direto (14 minutos), mas ofereceu golos a Palacio e Maxi Rodriguez, que não souberam aproveitar. Depois, foi o primeiro a passar no ritual dos penaltis, embalando a Argentina para a sua quinta final.

Romero
Resolveu a soco todas as saídas pelo ar, não querendo arriscar numa noite de chuva e bola escorregadia. Mas foi no desempate por penaltis que confirmou, mais uma vez, o seu bom momento, defendendo os remates de Vlaar e Sneijder. Junta-se a Sergio Goycoechea na lenda dos especialistas argentinos da marca dos onze metros.