Dois jogos, duas vitórias, oito golos marcados (apenas dois sofridos) e um pé e meio nos oitavos de final. Depois da vitória clara sobre o Panamá (3-0), na estreia, a Bélgica voltou a «dar um chocolate» neste Mundial e esta tarde goleou a Tunísia por 5-2, no jogo com mais golos da prova, e quase sentenciou a eliminação da terceira seleção africana (depois de Marrocos e Egito).

Apesar do grau de dificuldades dos adversários não ser o mais elevado, esta Bélgica de Roberto Martínez passeia-se no Grupo G, que lidera, mostrando-se até ao momento como uma das equipas mais consistentes neste Mundial 2018.

Nesta tarde de sol e aguaceiros, em Moscovo, a chuva de golos começou cedo, com Eden Hazard a abrir o marcador ao converter uma grande penalidade que ele próprio sofreu. Aos 15 minutos, Lukaku ampliou e dava o mote para a festa dos Diabos Vermelhos.

O ataque belga é como um carrossel: preciso e capaz de nos inebriar. De Bruyne, ao lado de Witsel no eixo, surge de trás, Hazard e Mertens, apoiados por Carrasco e Meunier, exploram os flancos e apoiam Lukaku, lá na frente para faturar.

Esta tarde, o ponta de lança do Manchester United voltou a bisar, tal como havia acontecido contra o Panamá, alcançou Cristiano Ronaldo no topo da lista dos melhores marcadores e tornou-se no primeiro jogador belga a marcar quatro golos num Mundial.

O 3-4-3 de Roberto Martínez facilita os desdobramentos ofensivos e funciona como um rolo compressor com equipas mais fechadas.

Bélgica-Tunísia, 5-2: ficha e filme do jogo

A Tunísia, ainda assim, ofereceu resistência até quase ao final da primeira parte. Apesar da superioridade clara do adversário, as Águias de Cartago foram também infelizes. Depois da lesão do guarda-redes Hessan no primeiro jogo, a Tunísia perdeu também dois defesas por lesão ainda na primeira parte deste jogo: Bronn, uns minutos depois de ter reduzido de cabeça, saiu de maca, tal como Syam Ben Youssef, ainda antes do intervalo.

O jogo ofensivo da equipa comandada por Nabil Maaloul dependia muito de Khazri: vagabundo no ataque, driblador nato, que surgia pelo meio ou então derivava para os flancos arrastando consigo as atenções de defensiva belga. Foi dos pés avançado do Rennes que surgiu a assistência, de livre, para o golo de cabeça de Bonn (aos 18’) e também o golo já nos descontos, bem perto do apito final, com que o resultado seria fixado em 5-2.

Antes desse merecido prémio final para o talento de Khazri, a Bélgica apareceu avassaladora na segunda parte. Depois de Lukaku bisar, em cima do intervalo, Hazard não lhe quis ficar atrás e numa desmarcação fez a goleada aos 51’. Daí em diante, jogou-se praticamente só no meio-campo tunisino e a goleada só não tomou contornos ainda mais escandalosos porque Batshuayi foi desperdiçando oportunidades, até, por fim, acertar em cima dos 90 minutos.

Excelente resultado, grande exibição dos belgas, que podem desde já garantir o apuramento para os oitavos desde que o Panamá não vença Inglaterra no domingo. Hoje a Bélgica deu, como se diz no futebol entre amigos, mais um «chocolate». Que doce é este futebol de De Bruyne, Hazard e companhia!