O Real Madrid conquistou o Mundial de Clubes com muito mais sofrimento do que parecia provável e com Cristiano Ronaldo a decidir no momento chave. Hat-trick do Bola de Ouro, os dois últimos já no prolongamento, a permitir ao Real Madrid erguer o troféu em Yokohama, perante um combativo Kashima Antlers.

Jogar o prolongamento, de resto, foi um prémio mais do que justo para a equipa japonesa, a grande sensação do torneio. Chegaram como convidados por terem ganho o campeonato do país organizador, tiveram de eliminar três equipas até chegar à final e deram muito que fazer aos campeões europeus.

O Kashima deixou uma boa imagem do futebol asiático, pela forma como encararam o rival sem medo e também pelo próprio jogo em si. Shibazaki, sobretudo, destacou-se. Pelos dois golos e pelo que fez jogar.

RECORDE O JOGO AO MINUTO

Mas vamos ao filme do encontro. O Real Madrid marcou cedo, por Benzema, logo aos 9 minutos, na recarga a uma defesa de Sohagata, para a frente, após remate de Modric. Parecia que vinha aí um jogo simples mas foi pura ilusão.

Os japoneses não acusaram o toque, conseguiram organizar-se em campo e tentar mostrar o seu futebol. E fizeram-no a ponto de empatar, já em cima do intervalo. Shibasaki aproveitou um mau corte de Varane para disparar cruzado e fazer o mundo abrir a boca de espanto.

Mas não era tudo. No início da segunda parte, após bom trabalho individual, o mesmo Shibazaki colocou o Kashima na frente do jogo! Um remate de fora da área a que Navas não conseguiu chegar.

Estávamos no minuto 52? Iria 2016 ter uma nova retumbante surpresa depois do Leicester em Inglaterra ou de Portugal no Euro 2016? O tempo encarregou-se de provar que não.

Pouco depois, aos 60, Ronaldo fez o seu primeiro golo, de grande penalidade, claríssima, empatando o encontro. Mas não conseguiu virar o jogo nos 90 minutos. Aliás, as duas últimas oportunidades até foram do Kashima: Fabrício obrigou Navas a defesa difícil e Endo, no último lance do tempo regulamentar, perdeu de forma incrível o 2-3.

No prolongamento entrou, então, em ação o craque português. Fez o 3-2 a passe de Benzema e o 4-2, ainda no primeiro período do tempo extra, emendando um remate que saiu mal a Toni Kroos.

Pelo meio, a provar que o que aconteceu nos 90 minutos não foi fortuito, o Kashima reagiu e atirou mesmo uma bola à trave, por Yuma Suzuki, que empataria o jogo.

Não deu porque, quase sempre, no futebol ganha o mais forte. E esse é o Real Madrid, claro. Fica a boa imagem do Kashima Antlers e a certeza de que a final do Mundial de Clubes, uma competição que ainda não gera grande entusiasmo, foi, no final de contas, uma bela publicidade para o futebol.