A Taça de Portugal é a competição em que todos os clubes participam e, como se costuma dizer, é a festa do futebol. É a altura em que temos tomba-gigantes. É a altura em que os clubes mais pequenos vistam os estádios dos grandes do nosso futebol ou então os recebem nos seus estádios modestos e outras vezes em casa emprestada.


É este o espírito da Taça, em que as localidades desses clubes se preparam para receber outros mais fortes. Então quando é um grande que os visita, é festa certa e um dia diferente.


Todos os jogos, independentemente do adversário, de maior ou menor valia, de melhor ou pior estádio, têm sempre um bom ambiente. É a festa da Taça.


O pensamento de todos aqueles jogadores e treinadores de equipas mais pequenas e menos fortes quando defrontam melhores equipas e de outro escalão é poderem eliminá-las. Jogar em 90 minutos e por vezes em 120 ou até nos penáltis a possibilidade de seguir em frente, ganhando a equipas melhores e jogadores de outra qualidade. É isto que a Taça de Portugal também tem de especial.


Não é o normal, mas acontece. É a festa da Taça.


Em cada edição da Taça de Portugal há tomba-gigantes.Esta eliminatória tem o Oriental como grande vencedor, mas já lá vamos.


Os jogos da Taça de Portugal trazem sempre histórias. Para alguns a possibilidade de receber um grande, estarem nas páginas dos jornais durante uns dias e passar a fazer parte das suas memórias. 
Para outros ir o mais longe e poder quem sabe chegar ao Jamor. Para os grandes, chegar à final é um dos objetivos. E eu, que tive a felicidade de jogar, confirmo que é um ambiente extraordinário.


Mas lembro-me também de um jogo, quando jogava no Freamunde e fomos a Guimarães. Grande equipa que eles tinham, mas fomos com vontade de fazer um bom jogo e quem sabe eliminá-los.
Acabámos por perder por 5-2 e não conseguir a surpresa. Eles foram melhores, foram superiores e era isso que se esperava, mas lembro-me dos adeptos freamundenses a puxarem por nós. Apesar de tudo, boas memórias.


Mas a Taça de Portugal vai fazendo o filtro e à medida que se vai aproximando do final. Só os mais fortes vão resistindo.


Para já, os parabéns para os seis clubes que não são da Primeira Liga. O sorteio dos oitavos de final, na próxima quinta-feira, vai contemplar 10 equipas da Liga principal, mais o Chaves, o Freamunde e o Oriental, da II Liga, e o Famalição, Santa Maria e Vizela, que representam o CNS (Campeonato Nacional de Seniores). Estes resistentes esperam ansiosamente para saberem quem vão defrontar.
Recebem um dos grandes em casa? Todos esperam isso. Já falta pouco.


Mas esta 4ª eliminatória voltou a ter de tudo. Goleadas resultante da enorme diferença entre os clubes, resultados normais e surpresas. Taça de Portugal sem tomba gigantes não é Taça.
Estamos sempre à espera que um clube mais pequeno vença um maior.


Assim foi, e eu tive oportunidade de presenciar esse jogo. No domingo à tarde (não podia ser de outra forma), o Oriental eliminou o V. Setúbal no seu campo, Engº Carlos Salema, e está com justiça nos oitavos de final.


Pode ser surpresa para quem não viu, porque estamos a falar de uma equipa que está na 11ª posição na Primeira Liga e outra que ocupa o 21º lugar na II Liga.


As diferenças existem naturalmente. Mas a realidade que se passou no campo do Oriental não expressou essa diferença, expressou sim a capacidade para ser melhor por parte do Oriental.


O Oriental foi mais organizado, tinha a lição bem estudada e conseguiu ter a maioria do tempo o jogo controlado. O lateral esquerdo João Pedro e o médio Tiago Mota foram para mim os destaques individuais, mas a equipa funcionou bem e valeu pelo seu todo.


João Barbosa, o treinador e a equipa estão de parabéns e esperam pelo próximo desafio. A visita de um grande? Seria um prémio para uma equipa que está por mérito nesta fase da competição. E uma receita extra de bilheteira e televisão vinha mesmo a calhar.


Uma nota final para os 782 espectadores que estiveram presentes no campo (têm tido uma media nos jogos da II Liga em casa de 625). Apoiaram e incentivaram a sua equipa, mas foi pouco para o jogo em questão. É uma realidade vivida em vários estádios e até da I Liga. Em Paços de Ferreira estiveram 1000, na Choupana 334, em Barcelos 2000 e em Penafiel 450.


P.S: A 5ª jornada da Liga dos Campeões está aí e em momento de decisão para Benfica e Sporting.
O sonho de atingir os oitavos de final ou simplesmente lutar pela Liga Europa. Eu acredito numa boa resposta das equipas portuguesas. Na Liga Europa, o Estoril vai querer manter o sonho do apuramento. A vitória é obrigatória e a subida de rendimento da equipa faz acreditar.