Mandou mal, hein parceiro? Mas alemão é um saco mesmo. Meio cafona, sei lá. Tudo cara feia, sem um sorriso e aposto que no fim não rola música nem sequer uma dancinha lá no hotel.

Você já viu a mulherada gritar por um alemão? Eu também não.

Por isso, tranquilo. No fim da copa os cara continuarão a ser alemão e você continuará a ser o melhor do mundo. Pega leve.

Bola para a frente, rapá. A copa acabou de começar.

Não seria nós se não fosse assim: com um montão de contas para fazer no fim. Português é mesmo assim, português deixa tudo para o último episódio.

E aqui o negócio é esse: somos todos português mesmo.

Foi barra pesada, mas deixa para lá. Pior foi o Fabinho, hein? É muito azar. Do Pepe não vale a pena nem falar: esse aí deixou de ser um problema. Mas o Brunão tem que acertar. Tem que ser mais expedito a soltar o chutão, cara.

Dá aí uns gritos na mulecada. Pareciam um monte de vovozinha na hora do culto.

Isso não é o Azerbaijão não: é a Copa do Mundo. Uma Copa do Mundo não tem segundas chances: a chance é agora. A chance é os gringo que aí vem no domingo.

Os cara das estatísticas analisaram os números e dizem que um time que perde o primeiro jogo tem oitenta por cento de chances de não seguir em frente. Nem eu nem você somos bons de números, mas não é preciso ser doutor para perceber que a gente ainda tem vinte por cento de chances. Vamos correr atrás, negão.

Levanta aí o astral. Você é o cara: o melhor do mundo. E essa é sua copa.

Uma copa no Brasil, imagina? Praia, sol e mulher bonita. Forró, pagode e um sambinha. Uma copa nota dez. Vai para cima.

O Brasil está cheio de português apoiando aí a turminha. A galera não falha não. Todo o mundo está de olho em você. Para entrar na dancinha e te dar um abraço no fim. Lá bem no finzinho.

Isso é a copa: a Copa no Brasil, no país do futebol, cheio de grandes jogos e muitos gols.

Tem tudo para ser um das melhores copas da história: e você com 29 anos, cara. Na plenitude de suas forças. Deixa as dores para lá, tem todo o tempo do mundo para ter dores. Agora não, Ronie. Agora tem de bombar. E você escolhe a música, parceiro.

No fim essa Copa pode ser o sol a nascer em Copacabana, pode ser uma menina que vem e que passa num doce balanço a caminho do mar, pode ser uma ceia de pão, vinho e flor, como canta o Zeca Pagodinho.

Viu a mulherada gritando por você? Você é o cara, mlkii. Vamos em frente, compadre. Brasil é a nossa praia.

Tamo junto.

«Box-to-box» é um espaço de opinião de Sérgio Pereira, jornalista do Maisfutebol, que escreve aqui às sexta-feiras de quinze em quinze dias