No dia 9 de dezembro de 2014, Paulo Sousa viveu um dos dias mais especiais na sua carreira de treinador. O Basileia arrancou um empate fantástico no mítico Anfield Road (1-1) e carimbou a passagem para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

A equipa do técnico português sobreviveu num grupo onde também estavam Real Madrid e Ludogorets. O próximo obstáculo chama-se FC Porto. 

Nesta entrevista ao Maisfutebol, Paulo Sousa sublinha a experiência adquirida na primeira fase da prova e fala sobre a evolução do Basileia.

Imagino que o empate em Liverpool tenha sido um grande momento para si, mas também para o clube. Como foram os dias seguintes a essa qualificação histórica?
«Não nos apurámos por acaso. Dominámos o jogo em Anfield, excetuando os últimos dez minutos. Merecemos passar. Esse jogo deixou-nos a todos muito orgulhosos no clube. Agora é importante preparar bem o regresso à competição em fevereiro e os jogos contra o FC Porto, para garantir que temos boas possibilidades de sucesso». 

O Basileia defrontou o Real Madrid e o Liverpool, dois gigantes europeus, na fase de grupos. Sente o seu grupo mais preparado nesta altura do que em setembro, no início da Champions?
«Sim, acho que sim. Comecei a trabalhar no Basileia só no último verão e a implementação de novas ideias leva o seu tempo. Acredito que estamos hoje muito mais confiantes em todos os nossos processos de jogo, os jogadores responderam bem à nossa forma de liderança. Adquirimos experiência nesses jogos. Conseguir a qualificação num grupo onde estavam Real Madrid, Liverpool e Ludogorets demonstra caráter, personalidade, ambição e coragem. Ficámos mais fortes. Tenho uma grande confiança no meu plantel, mas temos de continuar a trabalhar no duro e a perseguir a qualidade em todos os momentos».
 
Esta é a estreia do Paulo na competição. Como técnico, claro. Os seus atletas sabem que ganhou a Champions duas vezes como futebolista?
«Nunca discuti com os meus atletas as minhas conquistas enquanto futebolista. Não sou alguém que vive no passado ou agarrado a ele. Estou sempre ansioso pelo próximo desafio. Claro que tenho orgulho no que consegui, mas o meu foco está por completo nas conquistas dos meus atletas. Quero fazer história com eles».

A comunicação social e os adeptos suíços olham de forma especial para a prova, como em Portugal acontece? Ou o futebol ainda não preenche manchetes na Suíça?
«O futebol já é um desporto grande na Suíça. Acho que o sucesso de que usufruímos no Basileia está a ajudar a disseminar o interesse pelo jogo dentro do país».

Real Madrid, Chelsea, Barcelona e Bayern: consegue ordená-los por ordem de favoritismo na LC?
«Qualquer uma dessas quatro equipas tem enorme qualidade e é difícil dizer qual é a maior favorita. Quando se olha para os oitavos de final da Liga dos Campeões sabemos que todos os clubes são fortes e ultrapassaram uma dura fase de grupos. Essas quatro de que me fala são enormes, possuem grande história e imensos atletas de qualidade superior».