A sua revista digitalCom larga experiência no escalão, Pires admite que esse rótulo é colado a alguns jogadores ao longo da carreira. Ainda por cima, a única passagem pelos principais palcos redundou num registo modesto de golos: apenas quatro com a camisola do Portimonense na época 2010/11.
«Penso que algumas pessoas olham para mim dessa forma. É verdade que tenho mais experiência nesta divisão, é um campeonato difícil, com menos espaços e mais físico. Tenho tentado fazer o meu melhor e as coisas estão a correr bem», frisa.
Pires espera regressar à Liga com o Moreirense. Seria uma nova oportunidade para provar o seu valor no escalão principal. «Gostava muito de ter essa oportunidade, de facto. Não marquei muitos golos no Portimonense mas tenho boas recordações dessa fase.»
Os algarvios lideram a tabela classificativa com 42 pontos, seguindo-se a formação de Moreira de Cónegos com 38. «Este é um campeonato muito equilibrado, onde o primeiro pode perder com o último. Há quatro ou cinco equipas a lutar pela subida e vai ser difícil até ao fim. Vou continuar a tentar ajudar o Moreirense.»
«Claro que, estando na frente dos melhores marcadores, gostava de ficar nessa posição durante todo o campeonato. Mas trocava de certeza essa distinção pela subida de divisão do Moreirense. Até porque a equipa tem-me ajudado bastante a conseguir estes números», salienta.
O seu rendimento melhorou consideravelmente a partir de 2011. Nessa época, representou o D. Aves e foi orientado por Paulo Fonseca, atual treinador do FC Porto. «É um treinador com grande futuro, que tem uma ótima relação com os jogadores. Tinha sempre uma grande preocupação em ajudar-me nas movimentações. Com ele, aprendi coisas que ainda faço hoje.»
13 golos pelo D. Aves, 11 golos pelo Feirense. No Moreirense, já atingiu essa marca. Pode ser um goleador de segunda, até prova em contrário, mas é o melhor. O conceito não é novo e acompanha nomes como Bock, agora em processo de divórcio com o Ribeirão.
Observando a lista de marcadores da Liga de Honra, encontram-se outros exemplos como Moreira (Leixões), Rui Varela (Atlético) ou Tozé Marreco (Tondela). Este último resumiu o sentimento da sua classe numa frase a O Jogo em Agosto: «Se me chamasse Marrecovic sei bem onde estava». São apenas goleadores de segunda ou não passam disso por falta de oportunidades?
De qualquer forma, os principais concorrentes de Pires nesta altura são jogadores mais jovens, à espera de um futuro mais risonho. Alguns estão ligados a clubes do escalão principal.
Forbes: 19 jogos/11 golos
Sobrinho de Forbs, avançado que deixou marcas no futebol português nas décadas de 80 e 90, chegando a vestir a camisola de clubes como Sporting, Boavista ou Sp. Braga. Rachide Forbes, guineense de 24 anos, esteve vinculado ao Sporting de Braga e passou por Ribeirão e Varzim antes de chegar ao Sp. Covilhã. Tem 11 golos em 19 jogos, a mesma marca que Pires, mas com alguns minutos a mais em campo.
Rambé: 14 jogos/10 golos
Avançado cabo-verdiano de 24 anos, representa o Farense por empréstimo do Belenenses e pode regressar à base em janeiro, chegando assim à Liga. Marcou 10 golos em 14 jogos e já recebeu dois títulos de melhor jogador da competição.
Tozé: 21 jogos/10 golos
Médio ofensivo com relação próxima com os golos. Figura incontornável do FC Porto B, tem 10 golos em 21 jogos. Seis deles foram na cobrança de castigos máximos. Aos 20 anos, espera por nova oportunidade na equipa principal. Na época passada, foi suplente utilizado frente ao Olhanense, procurou em demasia o seu forte remate e nunca mais foi chamado por Vítor Pereira.
Betinho: 16 jogos/9 golos
Marcou 7 golos pelo Sporting B na época passada e conta com 9 na presente temporada. Realizou quatro jogos como suplente utilizado na equipa principal dos leões, ao longo de 2012/13. Na pré-época, marcou dois golos ao Estoril, na final da Taça de Honra da AF Lisboa. Ainda assim, continua a ser encarado como um valor para potenciar na formação secundária. Tem 20 anos.
