O FC Porto venceu o anfitrião Vitesse por 2-1, ganhando embalo na pré-época com um triunfo importante na Holanda, após uma derrota pesada com o PSV na passada quinta-feira. 

Num jogo de preparação com grande apoio nas bancadas dos adeptos portistas e duas partes bem distintas em termos de qualidade de jogo, a equipa de Nuno Espírito Santo mostrou-se em plano bastante superior no segundo tempo e teve em Corona a principal figura de uma reviravolta no marcador que aconteceu em cinco minutos, já perto do final da partida.

Antes de o Lado B começar a tocar outra música (já lá vamos), há uma primeira parte inteira para analisar. E aí continua a surgir um problema central, trazido da última temporada, neste FC Porto. Muitas falhas defensivas, a falta evidente de um patrão na defesa e a dúvida sobre a existência ou não de um «matador» na área (André Silva promete muito mas não chega; e Aboubakar falha em demasia) assombram para já a pré-época.

A tal ponto que a primeira parte foi quase um decalque do jogo da última quinta-feira frente ao PSV – e de tantos outros na época anterior: o FC Porto a entrar bem em jogo e a dominar um adversário, que aproveita o primeiro erro defensivo para colocar-se em vantagem.

Desta vez, foi um passe errado a meio-campo de Josué, com Chidozie a chegar atrasado ao corte… E a permitir o contra-ataque holandês. Baker só precisou de algum espaço na zona frontal para atirar colocado sem hipóteses para Casillas. Um lance de perigo, um golo... E o FC Porto a perder as rédeas do jogo quase de imediato.

Aprenderam os dragões com este erro? Nem por isso. Depois do golo, aos 18’, Baker voltou a ter espaço para aplicar o seu remate e quase fez o segundo aos 43’. Bem de longe atirou com colocação uma bola que não entrou na baliza portista por um palmo. O poste salvou.

No meio da tremedeira defensiva os dragões tiveram algumas oportunidades no primeiro tempo, sobretudo em lances de bola parada. Na sequência de cantos, Chidozie (por duas vezes) e Rúben Neves surgiram a desviar a bola que saiu não muito longe do alvo.

A única jogada com princípio, meio e fim com algum perigo ainda antes do intervalo terá sido aos 42’ numa assistência de Josué para Varela, que de novo a lateral-direito surgiu solto na frente para assistir Aboubakar para um remate a bater no braço de um adversário – demasiado «à queima» para ser grande penalidade.

FILME DO JOGO

No segundo tempo, Nuno fez alterações na equipa e no modelo de jogo. Bueno – que não jogava desde a operação ao joelho esquerdo em março – e André Silva entraram ao intervalo para os lugares de Josué e Hernâni e o FC Porto ganhou maior pendor ofensivo e passou a controlar o jogo e o adversário, que ainda enviou uma bola à barra por Zhang numa hesitação de Casillas a um cruzamento.

André Silva coabitou com Aboubakar, descaindo para a direita. O controlo portista virou domínio e os golos acabariam mesmo por aparecer, mas só depois de Corona entrar em campo.

O mexicano entrou aos 74’, num período em que Nuno fez seis alterações de uma assentada (Maxi, Alex Telles, Herrera, João Teixeira e Otávio também entraram) e destacou-se assim que tocou as primeiras vezes na bola. Depois de duas excelentes receções, que não tiveram o devido seguimento, Corona acabaria mesmo por marcar, na sequência de um canto, em que Chidozie surgiu ao segundo poste a cruzar para a área, permitindo ao extremo portista o remate de primeira.

Estava feito o empate, mas o golo da vitória não demoraria mais do que cinco minutos a aparecer, quando Maxi surgiu solto na área a picar a bola sobre Van der Werff, que cortou com a mão. Castigo máximo e André Silva converteu a grande penalidade que valeu o triunfo no jogo.

André Silva, Otávio e João Teixeira (além de Bueno, a espaços) apareceram bem no jogo e, juntamente com Corona, pois claro, ajudaram os dragões a mudarem para melhor na segunda parte.

Indi e Quintero nem sequer saíram do banco e parecem cada vez mais cartas fora do baralho nas opções do novo técnico portista. 

Os dragões voltam à ação na próxima quarta-feira, às 20 horas, frente ao Bayer Leverkusen, naquele que será o último e o mais difícil teste do estágio de pré-temporada.