Veja os golos de Cristiano Ronaldo

O Real Madrid venceu esta madrugada a Internacional Champions 2013, em Miami, ao derrotar o Chelsea de José Mourinho. Cristiano foi o verdadeiro Ronaldo ao marcar dois golos. Aliás, dois grandes golos, um de livre, outro de cabeça.

O realizador bem tentou apanhar um olhar cruzado entre Ronaldo e Mourinho ou pelo menos entre Casillas e Mourinho. Nada, apenas um cumprimento entre o treinador português e o italiano Ancelotti, antes do jogo, nos bastidores.

Mas a tensão estava lá e talvez isso tenha contribuído para um jogo que sendo de preparação foi levado muito a sério pelas duas equipas. O Real Madrid empenhado em fazer mal ao Chelsea. Os londrinos na sua especialidade das últimas épocas, defender e sofrer.

Guiado por Isco, o Real assumiu a bola e andou sempre no meio-campo azul. Cedo, Marcelo aproveitou um espaço e apareceu na área pela esquerda. Só com Cahill pela frente, rematou entre as pernas do defesa. Golo.

O Chelsea não existia. Defendia de forma razoável, mas como se vira nem isso era perfeito. Estava encolido, sem conseguir estabelecer comunicação entre os médios, van Ginkel, Lampard e Ramires e os homens de frente. Nem sinal de Hazard, pouco Oscar, nenhum Lukaku. Inesperadamente, Ramires ganhou um ressalto, furou entre Sergio Ramos e Pepe e à saída de Casillas aplicou-lhe um chapéu. O realizador, disatraído, não nos ofereceu a reação de Mourinho. Foi pena.

A verdade é que sem jogar, o Chelsea empatava. Nada de muito novo, não é?

Por esta altura já havia menos Isco, mas aparecia Ronaldo. A rematar, a movimentar, sobretudo a ir ao chão. Numa dessas, livre, remate, a bola a viajar entre as cabeças de Cahill e Terry e golo. Mais uma vez não houve Mourinho. Nem sequer Casillas. Apenas Ronaldo, que se virou para os bancos e apontou para si próprio. Eu sou o verdadeiro Ronaldo seria uma interpretação possível.

Está por aí alguém?

Mourinho teve de mexer ao intervalo, claro. Lampard, Oscar e Lukaku saíram. E bem. O Chelsea melhorou, sobretudo por ação de De Bruyne e Ramires, que antes dos 60 minutos isolou Hazard. Valeu Casillas.

O Chelsea agora queria alguma coisa do jogo, tinha mais bola, parecia outra equipa. Mas do outro lado estava Cristiano Ronaldo. Isco teve espaço na esquerda, cruzou de forma maravilhosa para um local onde não estava ninguém, mas onde apareceria, vindo de trás, Ronaldo. Golo incrível e muito, muito bonito de ver.

Se antes do jogo Mourinho tinha dito que o verdadeiro Ronaldo era o outro, o brasileiro, ali, no relvado, tudo o que o português fazia era bom, legítimo, digno de admiração. Claro que o treinador sabe-o, mas Ronaldo achou que valia a pena sublinhar o óbvio e dar dimensão à final da Internacional Champions Cup.

Como se não fosse suficiente, aos 67 minutos um adepto saltou da bancada e correu em direção ao português. Chegou lá, abraçou-o e ficaram assim uns 30 segundos, conversando. Ronaldo, muito tranquilo, teve um grande momento, suportando a cena e até fazendo um carinho na cabeça do fã. O realizador deu-nos Mourinho. Nada. Apareceu um segurança e aquilo acabou. O Real, muito bem arrumado por Ancelotti, tinha feito o seu trabalho e deixou à vista o muito que ainda espera o treinador português.

O jogo serviu para demonstrar, entre outras coisas, que o Real Madrid, pelo menos para já, está num lugar onde o Chelsea ainda não consegue chegar.