As autoridades judiciais francesas já analisaram 12 milhões de ficheiros no âmbito do caso do Football Leaks.

A informação foi dada num briefing dirigido à imprensa, que teve lugar no Eurojust (Haia, Holanda), e que contou com presença de autoridades judiciais francesas e belgas, bem como o representante de Portugal no referido organismo da União Europeia que se destina à luta contra a criminalidade organizada.

O evento, o primeiro organizado entre autoridades judiciais de diferentes países no âmbito do Football Leaks, serviu para prestar esclarecimentos sobre o curso da investigação francesa e para partilha de informação relevante.

«Esta reunião de coordenação foi convocada para tratar dos casos de fraude fiscal que estão associados, obviamente, ao ‘Football Leaks’. Sendo certo que as nossas investigações começaram ainda antes disso, pois resultam não do caso ‘Football Leaks’, mas das inspeções realizadas pela Autoridade Tributária e Fiscal, que se iniciaram em 2015», disse à agência Lusa o procurador-geral-adjunto António Cluny, representante português na Eurojust.

«Esta reunião foi muito preliminar e apenas foram abordadas as disponibilidades dos diferentes países para colaborar uns com os outros na troca de informações. Em princípio, de acordo com os sistemas legais de cada país, com as circunstâncias próprias de cada país, com as reservas sobre a utilização de elementos de prova que cada país tem - nem todos têm os mesmos sistemas sobre a validade de prova -, dentro disso, há, evidentemente disponibilidade», sublinhou o procurador.

Cluny também explicou que o caso do português Rui Pinto, detido em janeiro, em Budapeste, na Hungria, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas, não foi abordado na reunião, pois não era esse o objetivo da mesma. 

Rui Pinto é colaborador do portal Football Leaks.