Fernando Santos, selecionador de Portugal, depois da vitória sobre a Hungria (3-0), no Estádio da Luz, em jogo da fase de qualificação para o Mundial2018.

[As dificuldades na primeira meia-hora deveram-se aos três centrais da Hungria?]

- Reagimos bem à entrada deste novo central, sabíamos que o padrão de jogo da equipa da Hungria não se ia alterar. Rapidamente encontrámos solução para começar a jogar, acho que fizemos isso bem, dominámos bem o adversário. Em termos ofensivos tínhamos planeado algumas coisas que fomos testando. Eles têm uma dificuldade entre linhas e tínhamos de circular muito bem a bola para explorar os flancos. Acho que aí não estivemos tão bem na fase inicial. Não conseguimos explorar a zona do meio-campo, tentámos meter a bola por cima e a Hungria nesse aspeto é muito forte. A partir dos 35 minutos a equipa começou a jogar melhor, a explorar mais os flancos e conseguiu o golo. A partir daí o jogo tornou-se muito mais fácil. A partir do momento em que encontrámos o caminho ficou tudo mais fácil. Fizemos o segundo golo e podíamos ter marcado em mais uma ou duas situações. Na segunda parte, a Hungria passou a jogar com um ponta de lança, colocaram algumas dificuldades, mas depois fizemos o terceiro golo e ficou tudo mais tranquilo. Na parte final criámos mais umas situações para finalizar. Queremos estar no Campeonato do Mundo, sabemos que dependemos só de nós, mas dependemos de vitórias. Queremos vencer todos os jogos para estar no Campeonato do Mundo.

[Primeiro jogo depois de quatro meses sem jogar]

- Logo quando eles chegaram sentiu-se o ambiente de família, dão-se todos bem uns com os outros, nesse aspeto é muito fácil. Estiveram connosco na gala [das Quinas de Ouro], ao longo dos tempos tem sido sempre assim. Agora quatro meses sem jogar futebol trás sempre algumas dificuldades quando tens jogos, tens de recuperar as rotinas outra vez. Para os que já cá estavam, é mais fácil, para os que chegaram, estão a aprender e parece-me que responderam bem.

[A Suíça também ganhou, vai ser uma luta a dois?]

- É mais a dois agora, mas a Hungria não está fora de maneira nenhuma. Se ganhar todos os jogos terá uma palavra a dizer. Mas agora fica mais perto de haver dois competidores, mas não excluo a Hungria. Para nós, o importante é vencer todos os jogos.

[Mobilidade dos laterais foi importante?]

- Acho que foi mais a confiança que a equipa tem. A equipa acredita naquilo que faz, sabe que tem de ser organizada, sabe os princípios essenciais do jogo, mas confiança é fundamental. Os jogadores não têm medo de jogar uns com os outros. Quando trabalham muito e não permitem que o adversário jogue, as coisas ficam mais fáceis. Às vezes complicamos quando em termos defensivos não cumprimos.

[A certa altura a equipa pareceu entusiasmar-se e procurou a nota artística em vez de procurar mais golos. Ficou preocupado?]

- Todos os jogadores que foram entrando, foram procurando golos. A equipa teve um desgaste forte, frente a um adversário que a nível atlético é fortíssimo. É perfeitamente normal. Tenho a certeza que os jogadores queriam fazer mais golos.

[Jogo frente à Suécia?]

- Vai ser um bom teste para muitos dos que não puderam participar no jogo desta noite. É importante para consolidar princípios para as que têm sido menos utilizados.