A caminha da equipa de Rui Jorge foi simplesmente espantosa: venceu todos os jogos. No total, dez triunfos, 29 golos marcados.
Curiosamente,
o jogo desta terça-feira, em Paços de Ferreira, terá sido o mais desequilibrado. A seleção participou num jogo
à holandesa, sem defesas, que terminou com um resultado de outros tempos.
Portugal regressa à fase final de um campeonato da Europa de sub-21 oito anos depois. A última vez foi na Holanda, com José Couceiro e um conjunto de jogadores onde estavam nomes como Antunes, João Pereira, Miguel Veloso, Ruben Amorim, João Moutinho, Manuel Fernandes, Nani e Hugo Almeida, entre outros.
Como se percebe, muitos destes estão hoje, ou estiveram até há pouco tempo, na seleção principal.
Acredito que o mesmo acontecerá com muitos dos que jogaram em Paços de Ferreira. Aliás, William Carvalho, André Gomes e João Mário só não estiveram na festa da Mata Real porque
Fernando Santos precisou deles em Copenhaga.
O apuramento dá garantias de que existe futuro para a seleção nacional, algo que parecia improvável há uns meses.
Não se vê ao longe um outro Cristiano Ronaldo, o que de resto é normal. Mas tudo indica que esta geração terá muita qualidade em razoável quantidade.
O sucesso destes jogadores na seleção sub-21 é também uma forma de pressionar a utilização destes jogadores, e de outros da mesma idade, nos clubes onde jogam. E isso é fantástico.
Como se prova, sempre que existe coragem para apostar, o valor aparece.
O facto de estes jogadores terem já muitos minutos de competição regular nos principais campeonatos ou pelo menos nas equipas B é fundamental. É por isso que as alterações regulamentares são fundamentais e o papel dos dirigentes decisivo.
Uma última palavra para
Rui Jorge. Colocou a equipa a jogar com equilíbrio. Mais do que isso, dirige uma equipa formada por jogadores cujo comportamento exemplar nos obriga a admirá-los. Sempre sereno, tem sido exatamente aquilo que esperamos de um treinador que dirige jogadores em formação, numa seleção nacional.
