Crítico em relação ao desempenho de Carlos Xistra na jornada inaugural da Liga, o Sporting decidiu avançar com um documento que reivindica mudanças na arbitragem. Em conferência de imprensa realizada nesta sexta-feira, Godinho Lopes pediu o fim dos «erros sistemáticos».

«Não vou tolerar a falta de isenção demonstrada em jogos do Sporting», disse o líder leonino. «Tenho a certeza que o tratamento é diferente (ndr. comparativamente com Benfica e F.C. Porto). A forma como temos sido tratados em Alvalade mostra falta de respeito», acrescentou.

Godinho Lopes pede «menor intervenção da arbitragem no resultado dos jogos, e maior garantia de imparcialidade». «O Sporting não está à espera de ser beneficiado, mas não aceita nem quer ser prejudicado», disse ainda. Sem querer falar em «sistema», o dirigente culpa a incompetência, que atribui à falta de preparação técnica, física e psicológica, mas também ao estatuto semi-profissional dos homens do apito: «Quando viverem exclusivamente do futebol, a preocupação será outra.»

Questionado se esta posição não podia ser vista pelos adversários como uma forma de pressão, o líder leonino defende que «só se sentirá pressionado quem for incompetente».

O presidente do Sporting defendeu ainda que «não basta lamentar o presente», pelo que reclama «melhores condições de formação e competência», e entende que a passagem do sector para a federação é «o momento adequado para actuar». Para além da profissionalização, os «leões» defendem o «recurso aos meios tecnológicos», que seriam colocados à disposição do quarto árbitro.

A presença de árbitros ou representantes da Comissão de Arbitragem nos programas televisivos também é vista com bons olhos em Alvalade. «Está diluída a responsabilidade. Deve existir um responsável a quem se possa apontar o dedo», defende-se.

Nota de Xistra já é conhecida

Godinho Lopes revelou, na conferência de imprensa, que o Sporting já foi informado da nota atribuída a Carlos Xistra, mas não a revelou. A nomeação de João Ferreira para a visita a Aveiro não mereceu qualquer comentário. «Não tenho o direito de julgar as pessoas antes das situações», disse.