Meio passo em frente, meio passo atrás. A entrada de Portugal no jogo contra a Nova Zelândia foi assim: hesitante.

A equipa das quinas cumpriu a missão frente à 95.ª colocada da FIFA (os rankings não dizem tudo, mas este não engana), mas voltou a deixar uma imagem pálida na primeira fase do jogo, um pouco à semelhança do que acontecera diante da congénere do México, uma seleção, no entanto, claramente com mais argumentos do que esta da Oceânia.

Muita areia na engrenagem de uma máquina nacional que tardou a carburar, mas desta vez sem que isso chegasse a ser motivo de grandes preocupações. Apesar de uma entrada voluntariosa dos neozelandeses, cedo se percebeu que só uma espécie de tempestade perfeita poderia tirar a Portugal um lugar nas meias-finais.

FILME E FICHA DE JOGO

Num jogo em que Fernando Santos promoveu cinco mexidas face à equipa que apresentou de início na partida com a Rússia (Moutinho e Quaresma regressaram, enquanto Nélson Semedo, Eliseu e Danilo estrearam-se no onze ao terceiro jogo).

Com dificuldades para sair em ataque organizado e um meio-campo sempre muito longe do ataque, Portugal parecia esperar pacientemente que a lógica prevalecesse enquanto lançava ofensivas esporádicas em lances de bola parada.

E foi de um desses lances que nasceu o primeiro golo do jogo. De um derrube a Danilo dentro da área, o juiz da partida apontou para a marca da grande penalidade e Cristiano Ronaldo não desperdiçou a oportunidade para bater Marinovic, que minutos antes tinha defendido para a barra uma cabeçada do capitão português.

Se Portugal entrou em campo com pouca dinâmica, também é verdade que o amorfismo absoluto já tinha ficado para trás por altura do 1-0, aos 33 minutos. Os pratos da balança começavam a ficar desequilibrados, o que queria dizer que Portugal parecia mais Portugal e a Nova Zelândia estava agora parecida com ela própria.

O 2-0 chegou com naturalidade pouco depois e foi iniciado por um desequilíbrio de Quaresma pela esquerda. O extremo português picou sobre um neozelandês e lançou Eliseu para a corrida. Já perto da linha de fundo, o lateral do Benfica serviu atrasado para a entrada de Bernardo Silva.

O jogador do Mónaco acabaria por sair tocado do lance e já não voltou dos balneários para a segunda parte, tendo sido rendido por Pizzi.

Na segunda parte, Marinovic ia mantendo a Nova Zelândia viva no encontro com um par de boas intervenções e a seleção dos Antípodas até esteve perto do golo de honra em pelo menos duas ocasiões, a primeira por Wood, quase sempre o elemento em maior destaque na equipa adversária.

O 2-0 dava a Portugal a liderança do grupo, mas um golo do México, que vencia a Rússia por 2-1, atirava os comandados de Fernando Santos para o segundo lugar. Era importante a estocada final e André Silva fez o 3-0 aos 80 minutos após recuperação de bola de Quaresma no ataque.

Tempo ainda para a cereja do topo do bolo, colocada por Nani, que entrou aos 67 minutos para o lugar de Cristiano Ronaldo.

Missão cumprida perante uma equipa débil, claramente a mais frágil das oito presentes nas Confederações. Venha de lá o próximo adversário.

Isso e mais um passo em frente.