Depois de um Benfica-FC Porto cheio de alma, a fasquia está alta para o Sp. Braga-Sporting, no caminho para a decisão do primeiro título da época com o dragão já à espera na final de sábado. Promete. O anfitrião frente ao detentor da Taça da Liga, um duelo de afirmação para ambos num mano a mano que vem ganhando estatuto, alimentado pela crescente ambição do Sp. Braga, e tem vindo a escrever uma história de equilíbrio.

Tudo muito próximo esta época, com as duas equipas separadas por dois pontos na Liga e vantagem do Sp. Braga, que venceu o único confronto direto da temporada até agora. De lá para cá mudou muita coisa, mudou de treinador um Sporting que cresceu com Marcel Keizer, mas ainda tem muito para andar e um título para defender, frente a um Sp. Braga a jogar em casa, com essa vantagem que pode ser também pressão adicional, depois de ter falhado no ano passado a presença na primeira final four que a cidade recebia.

O histórico dá larga vantagem ao leão nos confrontos com o Sp. Braga, mas essa distância tem vindo a encurtar e o percurso dos minhotos com Abel conta outra história: o treinador que começou a carreira em Alcochete estreou-se no banco do Sp. Braga, a fazer a transição de Peseiro para Jorge Simão, com uma vitória (1-0) em Alvalade. Depois havia de assumir como treinador de corpo inteiro e venceu mais duas vezes o Sporting, uma das quais na primeira volta desta temporada. Tem ainda um empate e uma derrota.

Abel estava de resto em campo, no lado direito da defesa do Sporting, no único confronto entre o Sp. Braga e os leões para a Taça da Liga. Foi em janeiro de 2010, jogo para a fase de grupos e triunfo do Sporting (2-1), então orientado por Carlos Carvalhal, que se apurou para a meia-final.

Histórias semelhantes também no palmarés da Taça da Liga. O Sporting conquistou a prova pela primeira vez na época passada, o Sp. Braga levantou a taça em 2012/13, ambos vão para a sétima presença entre os semifinalistas.

Os percursos na prova, esses, foram diversos esta época. O Sp. Braga, que tem o melhor ataque da Taça da Liga até agora, foi o único dos semifinalistas a vencer todos os jogos da fase de grupos: 2-1 frente ao Tondela, 5-0 com o Nacional e 4-0 com o V. Setúbal, 11 golos marcados e apenas um sofrido.

O Sporting foi o único apurado com uma derrota, em Alvalade e frente ao Estoril na segunda jornada, no jogo que aliás abriu caminho à saída de José Peseiro e à entrada de Marcel Keizer, depois de um período de transição com Tiago Fernandes. Os leões, que tinham entrado a vencer o Marítimo (3-1), apuraram-se ao ganharem no terreno do Feirense por 4-1 na última ronda, já com Keizer no banco. Têm oito golos marcados, o segundo melhor registo entre os semifinalistas, contra quatro sofridos.

Ambos têm também os goleadores da época, mas curiosamente nem Dyego Souza nem Bas Dost são os melhores marcadores das suas equipas na Taça da Liga. Paulinho, que bisou por duas vezes pelo Sp. Braga, lidera a lista, com quatro golos. Do lado do Sporting é Bruno Fernandes o goleador de serviço na Taça da Liga, com três golos. Dyego Souza tem 3 golos marcados e Bas Dost um, de penálti frente ao Feirense.  

Tanto Sp. Braga como Sporting só têm um totalista na prova, em cada uma das balizas: Marafona e Salin. Do lado do Sp. Braga, que utilizou até agora 21 jogadores, Bruno Viana e Esgaio foram opção de início também nos três jogos. No Sporting, entre 22 utilizados, não há mais nenhum jogador que tenha sido titular em toda a fase de grupos. O jogador de campo com mais tempo de jogo é Bruno Fernandes, que fez dois jogos completos e saiu do banco frente ao Estoril, quando a equipa procurava evitar a derrota.

Agora é outra história, sem margem para grande gestão, com muito em jogo de um lado e do outro.

[artigo originalmente publicado às 23h50, 22-01-2019]