O FC Porto cumpriu sem facilitismos, goleou o Vila Real por 6-0 e está na quarta eliminatória da Taça de Portugal. Numa noite de várias estreias e oportunidade aos menos utilizados de Conceição, houve um espanhol a brilhar. Adrián López fez um poker e encaminhou o gordo resultado e o apuramento dos dragões, completo com um golo de Soares e outro de André Pereira.

Tamanha superioridade teórica passou para a prática no Monte da Forca. Em campo, uma equipa dos distritais, perante o campeão nacional, num jogo em que Conceição lançou novos nomes a jogo e só manteve quatro em relação à derrota no Clássico. Militão, Felipe, Herrera e Soares edificaram a espinha dorsal. Fabiano, Jorge e Bazoer fizeram a estreia esta época, os dois últimos de forma absoluta pela equipa principal dos dragões.

Festa da Taça, numa noite histórica para o clube dos distritais de Vila Real. E ao qual valeu o guardião Murta que, apesar dos tentos sofridos, negou outros tantos. A experiência dos seus 39 anos valeu aos da casa, que até começaram por assustar: Mika quase ficava com bola à mercê após canto, mas valeu um toque de Fabiano.

A partir daí, só FC Porto. Diferença abismal – e natural – de qualidade. Os dragões instalaram-se no meio campo adversário e nem precisaram de grande intensidade para que os golos surgissem. A resistência transmontana durou sete minutos.

Adrián iniciou uma noite de sonho com um remate colocado a passe de Óliver e dobrou a vantagem num desvio subtil na área, aos 14 minutos. Em cima do intervalo, o Vila Real ficaria em piores lençóis, em dose dupla. Raúl Babo foi expulso por travar Bazoer, que seguia isolado. Na sequência, Adrián fez o 0-3 num belo livre direto.

Foram três na primeira parte, mas podiam ter sido mais. Tal como na segunda. Tamanhas as fragilidades – e algum notório nervosismo – do Vila Real em ter bola no pé. Valeu Murta: negou os golos a Óliver (20’), Bazoer (41’) e Soares (43’), o último numa grande defesa.

Taça: o filme da goleada do FC Porto em Vila Real

No recomeço, mudou o lado, mas só deu FC Porto. E o talento de Óliver cedo a reaparecer. O espanhol rasgou a defensiva do Vila Real e serviu Soares para o 0-4, aos 49 minutos.

Com menos um, tornava-se ainda mais hercúlea a tarefa dos comandados de Patrick Canto. Rui Sampaio ainda tentou surpreender do meio da rua, mas o remate foi por cima.

Jogo unidirecional, que por vezes pareceu um duelo entre Murta e o FC Porto. O guardião adiou o quinto a André Pereira, mas o português marcaria mesmo: minuto 62, arrancada de João Pedro pela direita e cruzamento para o desvio certeiro do número 21 azul.

A resistência da mão cheia para a meia dúzia durou quatro minutos. Pelo meio, Murta ainda assinou nova defesa a negar o bis a Soares, mas Adrián faria o poker na sequência, na recarga a cabeceamento do brasileiro (66’). Seria o ponto final.

Conceição geriu a equipa com as entradas de Marius, Corona e Sérgio Oliveira e o sétimo bateu no poste após cabeceamento de Soares. O Vila Real aguentou-se com muito sacrifício, fez o que pôde, num jogo de absoluto controlo do FC Porto, com toque espanhol a abrilhantar o apuramento.