Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga, em declarações na sala de imprensa do Estádio do Rio Ave, após a derrota por 1-0, frente aos vila-condenses, na quarta eliminatória da Taça de Portugal.

«O futebol resume-se a eficácia, por muito que queira dizer que a equipa teve critério. Criámos a primeira grande oportunidade num movimento de rotura, em diagonal, um movimento que trabalhámos durante a semana. O Cássio tirou-nos a possibilidade de marcar.

No final, o Rio Ave acaba por fazer um golo e nós não fizemos nenhum. Disse aos jogadores que é um orgulho ser treinadores deles. Somos uma equipa com um grande carácter, supercompetitiva e que luta sempre pela vitória. Mesmo no final podíamos ter feito golo pelo Paulinho.

O Rio Ave sofre poucos golos, sei disso e os números refletem isso mesmo. Hoje criámos várias oportunidades de golo: o lance do Horta, o golo que fizemos, bem-anulado pelo que parece, o lance do Esgaio, o Hassan isolado e o Paulinho no final. Criámos o suficiente para marcar frente a uma equipa bem organizada e que defende alto. Infelizmente o futebol é eficácia, o Rio Ave fez um golo e nós, infelizmente não fizemos.»

[Entradas do Hassan e do Fábio Martins]:

«Foi uma forma de refrescar a equipa. O Hassan entrou bem, criou essa oportunidade. Ele tem capacidade e condições para fazer mais e melhor. O Fábio entrou também muito bem, mas vou-me repetir: foi um jogo em que criámos oportunidades suficientes para marcar, mas infelizmente não conseguimos.

O árbitro foi tão criterioso na expulsão do Guedes. Um jogador não tem de sair a correr. Não entendo. O árbitro só tem de fazer o que fez o árbitro do jogo do FC Porto ontem. Dá sete minutos de descontos, compensa. Falei com ele ao intervalo e acho que lhe ficou na consciência o facto de não ter expulsado o Cássio. Treinámos aquele momento em diagonal, o jogador não pode ir na direção da baliza. Não me venham agora os especialistas da arbitragem dizer o contrário. A finta mais simples do futebol é tocar por um lado e ir buscar pelo outro.

Para lá desse lance, a falta de eficácia é da minha responsabilidade.»

[Reação da equipa após a saída precoce da Taça]:

«É muito fácil. Vamos assumir a perda, não há nada a fazer. Já disse aos jogadores que estou orgulhoso. Existem fatores que não controlámos. Antes deste jogo, não éramos a melhor equipa e agora não somos a pior. Temos de colocar uma pedra sobre o assunto e seguir em frente.»

[Pressão constante na saída de bola do Rio Ave]:

«Criámos oportunidades a partir daí. Sabíamos que o Cássio é o quinto jogador que mais vezes toca na bola na equipa do Rio Ave. O Rio Ave é uma equipa que joga muito para trás, de forma a chamar o adversário e criar espaço dentro.

Não há fórmulas perfeitas de defender. Contra equipas que defendem desta forma, temos de fazer paredes frontais e movimentos de segunda linha ou diagonais. Se o Cássio tivesse sido expulso até poderíamos ter perdido o jogo mas o jogo tinha outro cariz.»

[Fransérgio a fechar o corredor direito]:

«O Fransérgio jogava no corredor direito sem bola. Com bola, jogava por dentro, para libertar o corredor ao Esgaio e chegar à área. Precisávamos de um jogador que fechasse o corredor sem bola e teria de ser ele.

A nossa intenção era essa. Hoje não fomos eficazes ao ponto de fazer um golo nas quatro ou cinco oportunidades que tivemos.»