Bola parada para aqui, bola parada para ali. Foi desta forma que se escreveu o empate entre Benfica e Sp. Braga, no arranque da fase de grupos da Taça da Liga, mas este tem sido um momento do jogo particularmente penalizador para a equipa de Rui Vitória, que sofreu o quinto golo consecutivo de bola parada, e assim somou o terceiro jogo sem vencer.

A igualdade da Luz é obviamente mais benéfica para o visitante Sp. Braga, empenhado em disputar a «final four» que vai acolher, e que deu sequência aos bons sinais deixados em Hoffenheim e no dérbi com o Vitória de Guimarães.

Mas aos 11 minutos já o Benfica vencia, com um golo de Raúl Jiménez dedicado às vítimas do sismo no México. O mexicano até arrancou adiantado para corresponder ao livre de Filipe Augusto (fica a dúvida se interfere na trajetória de um defesa), mas depois mediu na perfeição o corte de Ricardo Ferreira após cabeceamento de Jardel.

Um tento a premiar a entrada forte de uma águia ferida, com Rui Vitória a surpreender com 4x2x3x1. Não tanto pelo sistema em si, que a aposta em três médios não é nova, mas sobretudo pelo perfil que algumas apostas deram à equipa.

Em estreia absoluta, Krovinovic apareceu como «10», à frente de Samaris e Filipe Augusto, mas o grande impulsionador do bom início do Benfica até foi Gabriel Barbosa, lançado pela direita mas a explorar muito bem o espaço interior nos primeiros minutos.

Só depois do golo de Jiménez é que o Sp. Braga entrou verdadeiramente no jogo, quando João Teixeira começou a aparecer mais em zonas interiores, equilibrando o duelo nessa zona.

Foi de um livre batido pelo jogador cedido pelo FC Porto que saiu o primeiro sinal de perigo dos «arsenalistas», com Hassan a falhar o desvio em posição frontal (20m), antes de Danilo (28m) e Jefferson (34m) tentarem a sorte de livre direto, sem sucesso.  

Menos dominador, o Benfica ia tirando proveito de saídas rápidas para o ataque, sobretudo num lance em que Rafa antecipa-se a André Moreira fora da área mas depois atira torto (30m).

O desfecho natural na cabeça de Ricardo Ferreira

Se após o golo de Jiménez o Sp. Braga tinha equilibrado o jogo, à entrada para a segunda parte assumiu ascendente sobre o Benfica. Quando finalmente surgiu, ao minuto 68, o golo já era mais do que merecido.

É verdade que Gabriel Barbosa chegou a colocar a bola no fundo da baliza ao minuto 52, num lance anulado por um fora de jogo que deixa dúvidas, mas é verdade também que ao minuto 57 a equipa de Abel Ferreira tinha criado uma dupla oportunidade, mas Júlio César negou o golo a Hassan e depois Xadas cabeceou por cima. A igualdade sairia depois da cabeça de Ricardo Ferreira, no quinto golo consecutivo que o Benfica sofreu de bola parada.

Estava reativada a insegurança entre os adeptos benfiquistas, que até brindaram Filipe Augusto com uma enorme assobiadela no momento da substituição, respondida pelo brasileiro com aplausos enquanto abrandava a marcha e era apoiado por Luisão, que depois das palmas deu um abraço ao colega.

Rui Vitória recorreu a Jonas e Pizzi (antes tinha entrado Zivkovic), recuperou o 4x4x2, e o Benfica subiu no terreno, mas André Moreira segurou o empate perante os remates de Krovinovic (72m) e, sobretudo, de Jonas, já em período de compensação. Samaris ainda teve uma última tentativa, mas o empate manteve-se.