O Sporting de Braga é a melhor equipa a jogar em Portugal com bola. Diz Sérgio Conceição e este que vos escreve. Também por isso e não como consequência de jogar bem, os bracarenses triunfaram no Dragão (3-2) e carimbaram a passagem à final da Taça de Portugal.

Não se pode dizer que é injusto. Durante a primeira meia hora, a equipa de Carvalhal foi superior ao campeão nacional e, em alguns momentos, banalizou-o. Após um remate de Díaz aos cinco minutos, os minhotos jogaram a seu bel-prazer e apresentaram uma eficácia tremenda.

Ao contrário do que é habitual, o FC Porto teve uma entrada displicente na partida recheada de erros posicionais e técnicos. Quando se apercebeu, já tinha sofrido três golos em vinte minutos. Apesar dos dragões terem sido uma sombra do que é costume, há muito mérito do Sp. Braga.

O 0-1 é muito bem construído com Raúl Silva a descobrir Piazón nas costas de Sarr (exibição paupérrima). O brasileiro serviu Abel Ruiz que viu o seu remate desviar em Mbemba e entrar na baliza de Diogo Costa. O espanhol precisou de mais cinco minutos para bisar pela segunda vez na carreira: perda de bola de Sarr, Al Musrati tocou para Esgaio que isolou o ex-Barcelona para o 0-2.

O descalabro portista continuou antes de soar verdadeiramente o alerta. Depois de Abel Ruiz ter atirado ao ferro, Lucas Piazón fez um golaço de livre direto. 0-3 aos 22 minutos. Incrível!

Conceição não esperou mais e retirou do jogo o lesionado Mbemba e Grujic, colocando Taremi e Zaidu. Volvidos sete minutos, o FC Porto reduziu por Otávio. Se o golo do brasileiro é muito bem, o mesmo se pode dizer do passe de Corona.

Os azuis e brancos precisavam de três golos para vencer a eliminatória. Difícil, é certo. No entanto, o Sp. Braga ficou reduzido a dez elementos e o jogo transformou-se por completo. Borja travou Marega e Soares Dias mostrou-lhe o cartão amarelo. Todavia, o VAR avisou o árbitro e este, depois de ver as imagens, expulsou o colombiano.

Estavam cumpridos 35 minutos – não se perca, caro leitor. Enfim, a montanha-russa que foi a primeira parte terminou sem mais nenhum lance relevante à exceção de um corte de Raúl Silva que quase deu autogolo.

A segunda parte foi, naturalmente, totalmente distinta. O FC Porto dominou totalmente a segunda parte e acabou com Evanilson, Díaz, Marega, Taremi, Francisco Conceição e Corona. Foi, no fundo, um sufoco completo. Poderia ter acontecido uma reviravolta épica, mas apenas Marega foi capaz de superar a muralha dos guerreiros do Minho.

O Sporting de Braga limitou-se a resistir como pôde, ainda mais depois do maliano ter feito o 3-2 aos 75 minutos. Para se ter ideia, os dragões estiveram perto de marcar num cabeceamento de Evanilson e num lance de Taremi (duas excelentes intervenções de Matheus) e em remates de Sérgio Oliveira de fora da área.

Enfim, o detentor do troféu lutou e tentou de tudo, mas a entrada atrasado ditou a eliminação. O Sp. Braga jogou (e muito) nos primeiros trinta minutos e isso foi suficiente. 

Que jogo!