Um Benfica demolidor e um Vitória a embalar com Pedro Martins no mesmo sonho que teve com Rui Vitória. A Taça de Portugal definiu as meias-finais nesta quarta-feira, um dia depois de Estoril e Desp. Chaves carimbarem passaporte para elas. Os canarinhos têm uma tarefa enorme pela frente, tão enorme que ninguém a conseguiu neste século!

O triunfo encarnado na Luz no reencontro com o Leixões teve números gordos. Teve Porcellis, por exemplo, que ousou bisar na Luz. Mas teve sobretudo o rolo compressor de um ataque que contou com Jonas e Mitroglou juntos e o golo mais improvável da equipa.

Mitrgolou fez segundo hat-trick pelo Benfica e passou a ser o melhor marcador da Taça de Portugal 2016/17

Do brasileiro é preciso lembrar: a primeira vez que foi titular pelo clube foi na Taça de Portugal. Marcou um hat-trick na Covilhã, num jogo difícil para os da Luz.

Já o grego saltou para a liderança dos melhores marcadores da prova: com o segundo hat-trick desde que chegou ao Benfica, leva agora sete golos na Taça de Portugal.

Mais improvável seria haver um golo de André Almeida. O lateral tinha cinco golos desde que se tornou profissional. Nenhum pela equipa principal do Benfica, porém. Ao fim de 148 jogos, conseguiu o primeiro.

Tudo junto, as águias chegam às meias-finais com 17 golos marcados. É a melhor ofensiva da prova e o segundo melhor registo do clube neste século: em 2012/13, chegou aos 20 golos, mas já a contar com meias-finais e final.

É este o ataque que o Estoril vai ter de parar. Se o fizer, quebra a tradição do século.

Benfica leva 17 golos na edição 2016/17 da Taça de Portugal: dá mais de quatro golos por jogo

Mais uma vez haverá um grande nas meias-finais da Taça de Portugal. Ora, isso sucede consecutivamente desde 1999/2000. Porque a partir dessa temporada houve sempre Benfica, FC Porto ou Sporting na final.

A última vez que o Jamor viu uma final sem grandes aconteceu em 1998/99, quando o Beira Mar bateu o Campomaiorense por 1-0. Os grandes, já agora, caíram com Gil Vicente (Sporting), Torreense (FC Porto) e V. Setúbal (Benfica) muito antes das semi-finais.

A história joga pouco quando as equipas entram em campo, mas joga muito no currículo do Estoril com os encarnados.

Na Taça de Portugal, perderam sempre, incluindo a final de 1943/44 e a última vez que se defrontaram Fernando Santos ainda nem sonhava que ia ser campeão europeu: a 5 de dezembro de 1993 estava no banco estorilista e a ser goleado por 4-0 na Luz.

Hernâni manteve  Vitória na rota do Jamor

Sabia-se de antemão que quaisquer que fossem os semi-finalistas, todos já tinham chegado à final. Mas Estoril e Desp. Chaves são duas de 12 equipas que já estiveram no jogo decisivo (uma vez cada) e nunca o venceram.

Dividem essa infelicidade com Atlético, Marítimo e Rio Ave, que foram finalistas em duas ocasiões, e ainda com Olhanense, Torreense, Sp. Covilhã, Farense, Campomaiorense, U. Leiria e Paços de Ferreira.

Já o Vitória quebrou esse enguiço recentemente e agora vai tentar de novo ser feliz.

Para isso, precisa de ultrapassar o Desp. Chaves, uma equipa que nunca defrontou na Taça de Portugal e que lhe está no caminho para a sétima final da história.