O FC Porto não sentiu dificuldades em Anadia (0-6) e segue em frente na defesa do título conquistado na última edição da Taça de Portugal. Danny Loader, Gabriel Veron, Toni Martínez (2), Fábio Cardoso e Bruno Costa marcaram os golos da formação portista no reduto da equipa que milita na Liga 3.

Sérgio Conceição foi feliz no reencontro com as gentes acolhedoras da Bairrada e saboreou um leitão tenrinho, como acontece quando vem passar uns dias à residência que tem nesta zona – a poucos quilómetros do estádio – ou no regresso da comitiva azul e branca ao Porto após jogos a Sul.

Foi de facto um repasto acessível para o FC Porto, que apresentou-se com a postura correta para evitar dissabores. Sem facilitar, o campeão aproveitou as debilidades defensivas do adversário e chegou com naturalidade à goleada.

FICHA DE JOGO

Conceição repetiu apenas três titulares em relação ao triunfo em Leverkusen e todos com explicação relativamente simples. Pepe continua lesionado e vai falhar o clássico com Benfica, Fábio Cardoso e David Carmo precisam de aprimorar rotinas. Otávio, vindo igualmente de lesão, continua a ganhar ritmo.

De resto, mais que nomes, sobressaiu a postura do FC Porto desde o apito inicial. Com seriedade, com pressa de resolver a questão, pouco disposto a correr riscos depois da experiência agridoce do Benfica nas Caldas – venceu apenas nos penáltis – e traumática do Sporting em Barcelos, frente ao Varzim – perdeu e disse adeus à Taça.

No início da defesa do título conquistado na época passada, os dragões precisaram de apenas seis minutos para fazer pender a balança, marcando no primeiro remate à baliza. Toni Martínez recebeu no flanco direito e cruzou para a cabeça do jovem Danny Loader, que bateu Manuel Gama.

O primeiro golo do FC Porto foi um reflexo do sistema tático que Sérgio Conceição apresentou em Anadia, mesmo com outras peças no xadrez. Grujic alinhou como médio defensivo, Bruno Costa (esquerda) e Otávio (direita) ocuparam os lados do losango, Danny Loader surgiu na posição 10, nas costas de Toni Martínez e Gabriel Veron.

Seria precisamente o extremo brasileiro, esta noite com liberdade para percorrer a frente de ataque, a ampliar a vantagem ao minuto 11, após uma assistência soberba de Otávio. Veron dominou na área e atirou para o 0-2, estreando-se a marcar com a camisola portista.

O Anadia de Rui Borges, diga-se em abono da verdade, foi uma presa fácil para os dragões. O jovem técnico procurou surpreender em 4x4x2, mas Papalélé foi o único a provocar alguns embaraços ao último reduto dos campeões nacionais.

O FC Porto nunca baixou demasiado o ritmo e chegou ao terceiro golo num lance exemplar de contra-ataque. Após um pontapé de canto da equipa local, Cláudio Ramos agarrou a bola e colocou-a de imediato em Otávio. O médio abriu na esquerda e Veron foi por lá fora. O brasileiro até adiantou demasiado o esférico. Porém, Manuel Gama não saiu da baliza, Gabriel Veron agradeceu e serviu Toni Martínez para a finalização (32m).

Manafá começou a aquecer ainda antes do intervalo e a lesão de Rodrigo Conceição, pouco depois, escancarou as portas para o regresso do lateral à competição pela equipa principal, algo que não acontecia desde dezembro de 2021. Um momento especial para Wilson Manafá, que tem raízes na zona.

Rui Borges também mexeu ao intervalo, o Anadia ainda ameaçou timidamente a resposta, mas seria novamente o FC Porto a marcar, desta vez num lance de bola parada, concluído de cabeça por Fábio Cardoso (50m) – mais uma estreia a marcar pelos dragões.

Em cima da hora de jogo, já com Otávio e David Carmo de regresso aos balneários – ficou apenas Fábio Cardoso, dos habituais titulares portistas -, a formação da Bairrada dispôs da de uma grande oportunidade para festejar. Porém, o poste e Cláudio Ramos negaram o 1-4 a Diogo Silva, que entrara ao intervalo.

Ao minuto 65, Fausto Lourenço teve tudo para marcar e viu Cláudio Ramos fazer uma defesa fenomenal, mantendo a sua baliza inviolada.

O FC Porto controlou o encontro até final e ainda chegou ao 0-6 por intermédio de Toni Martínez (86m) e Bruno Costa (90m), cumprindo em pleno o objetivo: segue em frente na Taça de Portugal sem fazer horas-extra, deu minutos a dupla de centrais e a Otávio, permitiu o regresso de Manafá e geriu esforços para o clássico frente ao Benfica.