Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), admitiu este sábado não ver qualquer problema no facto de mulheres arbitrarem jogos masculinos, algo que os regulamentos permitem.

«A questão é de cada um saber o seu papel. Naquele momento seria uma mulher que estaria a arbitrar, e os jogadores, independentemente do seu género, aceitariam as suas decisões. Não vemos que haja, desse ponto de vista, nenhum tipo de handicap pelo facto de ser uma senhora a arbitrar um jogo», disse Vítor Pereira, que falava aos jornalistas à margem do Seminário Internacional de Futebol Feminino que decorre em Albufeira.

O antigo árbitro lembrou que para que as mulheres possam arbitrar um jogo de futebol da I ou II Liga têm de passar por uma série de fases. «A regulamentação em Portugal permite. Temos o processo aberto e veremos com muitos bons olhos o facto de aparecem candidatas que tenham potencial para alcançar o topo da carreira», afirmou.

Vítor Pereira defende que é necessário «captar para a arbitragem no feminino mais jovens» de forma a permitirem no topo da pirâmide cada vez mais profissionais.

Presente no seminário esteve também Mónica Jorge, diretora da FPF para o futebol feminino, que prevê um salto qualitativo nos próximos anos, embora considere que ainda falta «muita coisa» para se chegar ao patamar do setor masculino.

«Tendo em conta o investimento da UEFA e da FIFA e a paixão pelo futebol feminino das crianças, esperamos que nos próximos quinze anos possamos dar um salto e aproximar-nos do topo, o que seria excelente para nós, como seleção nacional», sublinhou a antiga selecionadora.