Dois clubes com tradição e três mil adeptos nas bancadas, número que se compreende em jogo realizado à sexta-feira. Académica e Vitória resolveram a questão em poucos minutos, com os dois guarda-redes em papéis indesejados. Autogolo de Lukas Raeder após livre de Ricardo Nascimento e saída em falso de Cristiano para o empate de Frederico Venâncio.

Foi esta a curta história do jogo, escrita a meias entre guarda-redes e centrais. A Académica continua sem vencer, embora tenha feito muito mais para tal. Pressão constante ao longo da etapa complementar. O Vitória fica satisfeito com o ponto mas teve um par de oportunidades claras nos minutos finais. Ficou perto do triunfo forasteiro.

Domingos Paciência regressou a Coimbra, onde foi feliz, com novidades na bagagem. A vitória na ronda anterior não fez com que o treinador evitasse mudanças no onze. Advíncula substituiu o lesionado Hélder Cabral, com Madu e Zequinha a regressarem após castigo para os lugares de Ponce e Lupeta (ficou na bancada).

Paulo Sérgio fez menos alterações neste duelo com outro antigo treinador do Sporting. Dois casos de resistência insuficiente à pressão dos resultados no Estádio de Alvalade. Histórias do passado, de qualquer forma. A Académica é presente e Paulo Sérgio, de volta ao futebol português, vai formando uma equipa com caras novas.

Magique entrou no onze, por troca com Nuno Piloto, enquanto Aníbal Capela jogou no lugar do lesionado João Real. Seria o outro defesa central, Ricardo Nascimento, a agitar o encontro nos minutos iniciais.

Marcos Paulo conquistou um livre à entrada da área e o defesa brasileiro aplicou o seu violento remate. Bola na trave, depois na relva e finalmente nas costas do infeliz Lukas Raeder. Sem aquele toque, a bola não entraria na baliza do Vitória. Autogolo do alemão.

Os guarda-redes estiveram em foco neste arranque promissor em Coimbra. Minutos mais tarde, seria Cristiano a entrar no filme do jogo. Canto na direita, bola ao segundo poste e o português a falhar a saída. Frederico Venâncio agradeceu e finalizou de cabeça.

Tudo voltou à estaca zero. A Académica com posse, o Vitória a aceitar o plano de jogo sem recuar em demasiada. Manu e Zequinha, sobretudo o primeiro, procuravam explorar alguma fragilidade dos laterais da Briosa.

A iniciativa de jogo pertencia ainda assim à Briosa e Paulo Sérgio viu Lukas Raeder negar o 2-1 a Aníbal Capela. Brilhante defesa após cabeceamento com selo de golo na grande área sadina. Em cima do intervalo, foi Rafael Lopes a ficar perto do festejo, em mais uma tentativa pelos ares.

O treinador da Académica sentia que a equipa tinha condições para chegar à primeira vitória e não perdeu tempo. No reatamento, trocou o extremo Olascuaga, pouco inspirado, pela torre Schumacher. Paulo Sérgio tem em Coimbra o ‘pinheiro’ que chegou a reclamar para o Sporting.

O eixo central da defesa do Vitória tinha agora mais um homem para marcar, pois Rafael Lopes descaía para a esquerda mas surgia com regularidade nas imediações da baliza de Raeder. A formação sadina foi recuando progressivamente, embora tenha desperdiçado as primeiras oportunidades da etapa complementar.

João Schmidt, dono de um pé esquerdo interessante, obrigou Cristiano a defesa apertada na sequência de um livre direto e Zequinha tentou a sua sorte num pontapé de bicicleta. Sem sucesso. Chegava a hora da Académica e o 2-1 parecia uma questão de tempo, face a sucessivos cruzamentos para a área do Vitória, sem o desejado último desvio. Porém, não era uma questão de quantidade e a defensiva contrária fechou-se bem, até final. Forbes e João Schimdt ainda procuraram a surpresa mas os golos acabaram aos doze minutos.