Um jogo de festa de apresentação, mas com agressividade, incidências e rivalidades de uma partida a valer. Houve faltas que noutro dia dariam cartões, houve amarelos que, com um árbitro rigoroso, podiam resultar em vermelhos. Houve reforços a mostrar coisas boas e «velhos» também. Houve dois golos ainda, ambos para o Belenenses, que chegou ao triunfo sobre o Vitória na primeira parte. Houve ainda um jogador a sair de maca, facto sempre lamentável, como é evidente.

Ainda os jogadores estavam naquele momento de transição da festa para o jogo quando Abel Camara fez o 0-1. O 30 do Belenenses cedo disse ao Bonfim que a noite de apresentação era mais do que isso: havia uma partida para se jogar e os lisboetas queriam ganhá-la.

Essa ideia ficou bem vinculada pela agressividade colocada em campo. O Belenenses trouxe-a da capital, o Vitória aumentou-a com o passar do tempo. Afinal, perdia em casa no dia em que se tinha vestido para se mostrar àqueles que lhe são mais queridos.

Ora, essa melhor entrada valeu ao Belenenses uma ligeira supremacia durante o quarto de hora inicial. Camara teve outra ocasião para marcar, mas a bola escapou-se-lhe e Raeder segurou-a na área.

De seguida, a melhor ocasião do Vitória. Forbes apareceu de rompante na área e cabeceou um cruzamento de Kiko. A bola passou ao lado. Desde esse minuto 17 até aos 43 pouco mais houve. Duelos a meio-campo, muita agressividade e alguns remates, mas fracos e ao lado. Até que um erro de François deu ocasião a Sturgeon de bater Raeder. O alemão defendeu no frente a frente.

Um outro dado da primeira parte: o ataque do Belenenses, em relação a este primeiro do Vitória, entendeu-se melhor. Movimentou-se melhor, foi mais rápido, mesmo que o número de ocasiões não tenha sido grande. Ainda assim, na melhor jogada de todas, Sturgeon abriu em Camara na direita. Este cruzou, Miguel Rosa atacou a bola e Deyverson fez movimento contrário, para receber solto e fazer o 0-2 com que terminou o jogo.

Ao intervalo Domingos fez várias substituições, Vidigal manteve o onze inicial, depois de uma pequena confusão à saída para o descanso. Picardias à parte, o Vitória voltou melhor. Ou com maior vontade. Talvez porque jogaram muitos reforços e já se sabe que, normalmente, esses querem mostrar serviço rápido, ao contrário dos que ficaram da época passada.

Júnior Ponce e Pelkas quase tinham impacto imediato, com o segundo a rematar por cima um cruzamento do primeiro. O grego sairia até como um dos mais inconformados dos sadinos, com três remates, um deles bem perigoso quando Rafael Veloso já ocupava a baliza belenense.

Depois desse lance, aos 76, a preocupação maior ficou com o estado de Fábio Pala. Miguel Rosa saltou nas costas do lateral-direito e atingiu-o com a cabeça. Pala caiu desamparado e prontamente se pediu assistência. Venâncio teve de voltar ao jogo, depois de já ter saído. A partida caminhou para o final com o resultado inalterável e com mais alguns lances duros, como se prova pelos amarelos finais.

FICHA DE JOGO

Estádio do Bonfim, em Setúbal
Árbitro: João Ferreira
Ao intervalo: 0-2

Equipas:
V. Setúbal: Lukas Raeder; Pedro Queirós, Venâncio, François e Kiko; Yann, Dani e João Schmidt; Zequinha, Forbes e Miguel Pedro.

Jogaram ainda: Ney Santos, Miguel Lourenço Jordão Diogo, Erickson, Pelkas, Júnior Ponce, Giovani, Fábio Pala, Cartagena, Marcos Vinícius e Ricardo Batista

Suplentes não utilizados: Miguel Lázaro, Paulo Tavares
Treinador: Domingos Paciência

Belenenses: Matt Jones; André Teixeira, João Afonso, Palmeira e Filipe Ferreira; Bruno China e Danielsson; Abel Camara, Sturgeon e Miguel Rosa; Deyverson

Jogaram ainda: Tiago Silva, Rafael Veloso, Daniel Martins, Fábio Nunes, Tiago Caeiro, Gonçalo Brandão e Rodrigo Dantas

Suplentes não utilizados: Filipe Mendes, João Meira e Mailó.

Treinador: Lito Vidigal

Marcadores: 0-1 por Abel Camará [2 min]; 0-2, por Deyverson [45 min]
Disciplina: Cartão amarelo a Bruno China [19 min], Danielsson [20 min], Ney Santos [79 min], Erickson [89 min] e Júnior Ponce [90 min]