O V. Setúbal falhou com a meta à vista o regresso aos triunfos após o desaire em Paços de Ferreira na jornada anterior. Mateus, com um toque de recurso no ar, gelou o Bonfim quando os sadinos pareciam ter mão e meia nos três pontos apesar da vantagem magra que tinham para gerir.

No segundo jogo de Jorge Simão a manejar o xadrez, e na semana seguinte ao triunfo surpreendente sobre o Benfica, o Boavista soma o primeiro ponto fora de portas na Liga 2017/18.

FILME E FICHA DE JOGO

V. Setúbal no comando e com um denominador comum

Paciência. Muito Paciência. Antes que o leitor se sinta tentado em alertar o autor da crónica para a existência de um erro de concordância, reiteramos que houve mesmo muito Paciência no Estádio do Bonfim nesta segunda-feira à noite.

O avançado do V. Setúbal teria sido o grande responsável pelo regresso da equipa de José Couceiro aos triunfos não fosse o balde de água fria de Mateus nos minutos finais da partida. Combativo, dinâmico e incansável, Gonçalo Paciência esteve em quase todas as ações ofensivas perigosas do conjunto de José Couceiro ao longo do encontro.

Aos 5 minutos ainda assustou, aos 12’ isolou-se e rematou para excelente intervenção de Vagner e trabalhou de forma fantástica sobre Sparagna aos 50 minutos antes de servir de bandeja João Amaral para o 1-0.

Seguros defensivamente, soberanos no meio-campo e arrojados no ataque, onde Paciência e Amaral iam dando cartas e expondo as fragilidades defensivas de uma equipa portuense muitos furos abaixo da imagem dada há uma semana na receção ao campeão nacional, o golo dos sadinos chegou tarde.

Ao intervalo, os anfitriões já justificavam uma vantagem no marcador (Paciência, Amaral e Willyan beneficiaram de boas oportunidades), que acabou por chegar numa altura em que o Boavista tinha regressado dos balneários com uma postura mais proactiva.

Reação axadrezada

O golo pareceu satisfazer o Vitória, que entre a tentativa de uma gestão inteligente do jogo (bem sucedida até perto do final) e os ataques pela certa na busca de um golo que pudesse fechar o jogo, não se livrou de um ou outro susto. Aos 56 minutos, Bulos falhou o empate num remate acrobático lance ganho.

Por essa altura, Mateus começava a justificar a opção de Jorge Simão, que gastou uma substituição ainda na primeira parte, ao lançá-lo para o lugar de Kuca, quase sempre desacertado quando foi chamado à ação. Estancou as subidas de Arnold pelo corredor direito e pôs a nu as enormes debilidades defensivas do lateral adaptado.

Aos 86’, numa altura em que Jorge Simão já tinha prescindido do central Sparagna para apostar a última ficha no ataque com Rui Pedro, bateu o congolês na antecipação e empatou o jogo que ainda esteve perto de cair para o lado dos axadrezados em mais um lance com selo de Mateus perante um Vitória que acusou o golo sofrido depois de um jogo que esteve perto de ser imaculado.

Gonçalo não merecia. Paciência.