Belenenses e V. Setúbal empataram a dois, numa partida em que os sadinos tiveram duas vezes em vantagem. O jogo valeu por cinco minutos da primeira parte, em que se celebraram três golos, e pela melhora do Belém após as entradas de Rosa e Sturgeon.

Belém e V. Setúbal abordaram de forma séria a partida da Taça da Liga. A prova não será o busílis de nenhuma das formações, focadas, sobretudo, em realizar uma campanha tranquila na Liga Portuguesa. Bastaria, por isso, olhar para a constituição das equipas para perceber que as principais figuras não iam ser lançadas de início.

O público também não ocorreu em massa. Bem perto do Restelo disputavam-se outros jogos, envolvendo os grandes da capital, o que também terá contribuído para roubar moldura humana ao estádio do emblema da cruz de Cristo.

Apesar de todo este enquadramento desfavorável houve momentos de espectáculo em Belém. Em cinco minutos houve três golos e uma grande penalidade, dando cor a uma partida que se mostrou entretida desde o apito inicial.

Começou melhor o Setúbal empolgado, talvez, pela estreia nesta fase de grupos. Ney Santos, numa carambola, e Lupeta, num lance já dentro da área, foram os primeiros a mostrar ao que vinham.

Tudo isto sob a batuta de Pelkas. O grego, que o Vitória descobriu no Apollon Kalamarias, foi o mais esclarecido dos jogadores durante a primeira parte, chamando a si a organização dos lances de ataque.

Sempre à procura de espaço para receber a bola, preferencialmente sobre o flanco esquerdo, foi contribuindo para algum desacerto da defensiva azul. Por tudo isto não estranhava se os visitantes chegassem ao golo primeiro.

Fizeram-no, talvez por linhas tortas, na sequência de uma grande penalidade, convertida por Paulo Tavares.

Começavam aqui os cinco minutos loucos que trouxeram emoção às bancadas.

Apesar do murro no estómago que foi o golo sadino, os azuis, com personalidade, não caíram e na resposta repuseram a igualdade. Camará teve cabeça para dar o melhor seguimento a um pontapé de canto cobrado por Tiago Silva.

Voltava tudo à estaca zero, ou seja, tudo empatado de novo. Mas por pouco tempo. Bola ao meio e novo golo. Novamente de cabeça, mas para o Setúbal. Miguel Lourenço, um dos meninos do Sado, subiu à área adversária e voltou a colocar a formação de Domingos na frente.

Lito Vidigal foi puxando a equipa para frente desde o banco de suplentes e os jogadores corresponderam. Terminaram a primeira por cima, mais próximo da área sadina, mas sem criarem lances de perigo eminente.

Ninguém arredou pé para a segunda metade. Afinal, aqueles cinco minutos já terão valido o bilhete.
 
Banco de Lito rendeu juros

A segunda metade teve, novamente, um melhor arranque do Setúbal. Com mais bola, a formação de Domingos Paciência ia retirando iniciativa de jogo aos azuis.

E assim não passava por sobressaltos.

O primeiro sinal de inconformismo dos azuis foi dado por Deyverson, num cabeceamento fraco, que não causou problemas de maior a Raeder. Lito Vidigal olhava para o relógio, via o tempo a correr a favor dos sadinos e não tardou em chamar algumas figuras principais para dar a volta ao jogo e, principalmente, ao resultado.

Lançou Miguel Rosa, Sturgeon e Pelé no jogo e, de pronto, a equipa tentou reagiu. Esperava-se mais bola fruto da qualidade dos dois médios criativos, capazes de inventar espaços numa cabine telefónica.

Surpreendentemente, pertenceu aos sadinos o melhor lance da segunda metade, com uma bomba de Paulo Tavares a obrigar Matt Jones a ir ao relvado. A oportunidade do Belém chegou, ainda assim. Com um dos homens lançados por Lito Vidigal envolvido na jogada.

Fábio Sturgeon descobriu Camará na área, mas o avançado não conseguiu repetir a proeza da primeira parte e acertou nas malhas laterais.

Estava escrito que o golo dos azuis havia de ser construído pelos reforços lançados por Lito Vidigal. E assim foi. Sturgeon começou a jogada e Miguel Rosa, à boca da baliza, reestabeleceu o empate.

A vitória azul podia ter chegado no último minuto, mas Raeder fechou a porta. Empate a dois, numa partida em que os sadinos estiveram por duas vezes em vantagem no marcador.

Deixaram o pássaro fugir, para um Belém que melhorou bastante com a mão de Lito Vidigal.