De manhã levantaram-se para trabalhar. À noite foram verdadeiros leões. Perderam com o Sporting, sim, mas o resultado de 2-3 maquilha uma noite em que o Vizela foi muito grande.

Cinco golos de bola parada, um deles com o nível de falsidade equivalente ao beijo de Judas. Referimo-nos à grande penalidade que colocou o Sporting a vencer, transformada que foi por André Martins.

Até esse momento, já na reta final da primeira parte, o Vizela, do Campeonato Nacional de Seniores, estava a ser superior em tudo, essencialmente na seriedade e convicção colocadas na disputa de cada lance.

Não somos especialmente partidários da argumentação assente em factos aleatórios, mas neste caso em concreto parece-nos da mais elementar justiça falar em crueldade.

OS DESTAQUES: Talocha, para contar aos netos

Porque o Vizela estava a ser melhor, porque o Sporting estava em campo aburguesado, porque o jogo atingia mais vezes a baliza de Marcelo Boeck (tão mal nos dois golos!) do que a de Pedro Albergaria.

E os briosos minhotos deram-nos razão a esta forma de analisar o jogo. O Vizela reagiu ao penálti sofrido com um golo, e logo a seguir ao segundo do Sporting (Paulo Oliveira, de cabeça) com outro golo.

2-2 ao intervalo e o anónimo Talocha a reclamar um surpreendente bis. Os primeiros 45 minutos do Vizela foram impressionantes, radicalmente opostos aos do Sporting.

Não estivemos no balneário leonino, mas não é difícil adivinhar o discurso de Marco Silva. No regresso o Sporting veio melhor, mais disposto a jogar futebol e a confirmar a teórica superioridade.

O JOGO AO MINUTO: todos os lances da partida

Durante 20/25 minutos, a equipa teve bola, mandou no jogo, marcou o terceiro (por Carlos Mané) e mereceu alguns elogios. E depois… voltou a desaparecer.

O Vizela, recheado de bons jogadores e a provar porque comanda a Série B do CNS, incomodou Boeck num par de vezes, enviou uma bola à barra e acabou os 90 minutos a reclamar mais meia-hora (no mínimo) dentro desta Taça de Portugal.

Não pode ser. Segue em frente o Sporting, certo de que fez o mínimo dos mínimos para se qualificar. Cai o Vizela, histórico do Minho, que mostrou andamento e nível para voltar rapidamente às ligas profissionais.

E de manhã, lá está, os minhotos voltam a sentar-se a uma secretária (ou atrás de um balcão…) e a ser homens como nós. Profissionais do brio.