Ao minuto dois do período de compensação do tempo complementar da final da Copa América, Adriano fez o segundo golo do Brasil, igualou o jogo e obrigou que a decisão do título com a Argentina fosse feita na marcação de grandes penalidades (4-2). Esta foi a marca maior do sétimo triunfo dos brasileiros na mais importante prova entre selecções da América do Sul, realizada pela 41.ª primeira vez, no Peru.
Emoção até ao último chuto, como convém numa final entre dois dos maiores rivais do futebol mundial. Um dos pontapés decisivos, antes dos penalties, a ser dado pela estrela da competição, o rei do marcadores, o brasileiro Adriano, com sete golos. Voltaria a marcar de penalidade a maior vedeta «canarinha» presente, pois consagrados como Ronaldo, Roberto Carlos, Cafú, Ronaldinho, Juninho, Edmildson e companhia tiveram descanso dado por Carlos Alberto Parreira no seu regresso aos troféus no comando do «escrete».
Com tantas estrelas ausentes na selecção brasileira, que até ficou em segundo na fase de grupos, não foi difícil a Adriano encontrar terreno para se mostrar como um dos mais promissores pontas-de-lança da actualidade. O Inter de Milão não esteve desatento e recuperou o brasileiro do empréstimo ao Parma. Mas com tantas oportunidades para agarrar, Adriano não foi o único a confirmar as credenciais. Diego e Luís Fabiano acabariam por ter também na Copa América o último trampolim para o ingresso no futebol europeu.
E vieram os dois para o F.C. Porto, o clube campeão europeu em título, que foi buscar dois dos mais promissores jogadores brasileiros e dos mais pretendidos por meia Europa. Mas havia um vencedor da Copa que já jogava em Portugal: Luisão. O central do Benfica esteve em plano de evidência, incluindo a final, onde oscilou entre o melhor e o maior azar.
Quando o Brasil perdia por 0-1, Luisão foi o primeiro a recuperar a esperança para uma equipa sempre inferior à Argentina durante todo o jogo com um cabeceamento vitorioso. Mas seria também pela cabeça que o central ficaria fora de jogo, já perto do fim. Luisão chocou com Ayala, ficou inconsciente e acabou com uma fractura do maxilar. Depois de recuperar a consciência e sem saber ainda do triunfo brasileiro na Copa, as palavras do jogador do Benfica foram notadas: «Depois de acordar perguntei com quem íamos jogar a seguir à Argentina...» Mas, como o próprio assegurou depois, «foi só o susto». E, depois, a festa.