O ano de 2010 foi mau para diversas pessoas no futebol português. É a minha escolha. O leitor pode comentar e deixar a sua opinião. Votos de bom ano, já agora.

Carlos Queiroz

O grande derrotado de 2010. Ele e os que o defenderam publicamente, mais os que, por conveniência ou hipocrisia, tudo calaram. Foi um péssimo seleccionador, falhou no Mundial, refugiou-se em desculpas frágeis que não esconderam o essencial: falhou na tarefa de construir uma equipa que entusiasmasse o país. Com ele, regredimos. No futebol e na fé em nós próprios. Voltámos ao portugalito dos anos 70/80, a pedir licença para afrontar os grandes. O episódio da Covilhã revelou-se uma novela que a memória não apagará, tal como a «porcaria» de 94.

Gilberto Madail

Escolheu Queiroz, despediu Queiroz, tentou Mourinho, contratou Paulo Bento, falhou o Mundial 2018. Termina 2010 sem os estatutos correctos, sem esclarecer se será candidato e com a certeza de que em 2011 a confusão permanecerá na Federação Portuguesa de Futebol. No meio disto tudo, alguma sorte que de resto não lhe tem faltado: Paulo Bento está a funcionar muito bem, resistiu bem à forma atabalhoada como o processo de entrada na FPF foi conduzido.

Laurentino Dias

O secretário de estado do desporto é uma figura curiosa. Por norma, assina discursos redondos, sem interesse ou profundidade. Ao longo destes anos, só o vimos incomodado quando colocaram em causa o controlo anti-doping. Foi longe de mais no que disse sobre Carlos Queiroz. Claro que o seleccionador errou, mas não cabia ao secretário de estado julgá-lo. Ineficaz a forma (redonda, lá está) como tem lidado com a incapacidade do futebol para cumprir as regras.

José Eduardo Bettencourt

Começou o ano a ver Sá Pinto e Liedson envolvidos num episódio escaldante no balneário de Alvalade. Saiu o director para o futebol. Entrou depois Costinha, mais tarde Couceiro. Pelo meio, saiu Carvalhal, entrou Paulo Sérgio. E houve Moutinho, mais Izmailov. E sobretudo péssimos resultados. Bettencourt tem o perfil desejável para um presidente. Mas isso não chegou, numa casa delicada como a do Sporting.

Pinto da Costa

O F.C. Porto acaba 2010 em primeiro, sem derrotas e a renovar com o treinador que o presidente escolheu, com risco elevado. Mas este foi o ano em que, depois de largo domínio, o F.C. Porto ficou em casa a ver o Benfica festejar o título e nem à Liga dos Campeões foi. E para Pinto da Costa pior derrota do que essa não há. O que tem hoje é uma boa promessa para 2011. Não é mau. Mas é muito menos do que habituou os adeptos.