A FIGURA: em noite sombria dos «dragões», Carlos Martins esteve em evidência

O FC Porto ganhou, mas nenhum dos onzes jogadores esteve em plano de distinção. Aliás, o golo da vitória é dado por Tonel e num lance sem qualquer mérito dos jogadores portistas. Um erro não forçado diriam no ténis! Por isso mesmo e analisando individualmente os protagonistas, o médio do Belenenses foi quem mais se destacou. O ex-Benfica foi o maior responsável por trazer o Belenenses para perto de Casillas e foi aquele que provocou o maior calafrio ao guarda-redes espanhol nos primeiros 45 minutos. Agarrou a equipa depois do 2-0, animou as coisas e colocou os «azuis» novamente em jogo. Foi uma dor de cabeça para o meio-campo portista (que o diga André André que quase sempre recorreu à falta) e aos 30 minutos esteve perto de marcar quando acertou no poste, na cobrança de um livre. No segundo tempo continuou como protagonista e foi nele que começou a jogada do golo. Não parou até final e com a ajuda de Bakic foi servindo os companheiros que estiveram perto do empate. Incansável, como sempre!

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O MOMENTO: Tonel faz de Suk e mata o «seu» Belenenses

Caricato, anedótico, inacreditável. O FC Porto já vencia com o golo de Brahimi, mas o segundo golo fechou o jogo e tudo por culpa de Tonel. Num lance aparentemente tranquilo e sem nenhuma pressão, o central vai fazer um auto-golo. Maxi vai à linha, cruza em esforço para uma área deserta de companheiros, mas Tonel vai finalizar o cruzamento como se de um verdadeiro ponta de lança se trata-se. Depois da mão de Alvalade, volta a decidir…

NEGATIVO: Tonel

Não são precisas palavras para explicar o porquê do central ser o elo negativo deste encontro. O auto-golo é decisivo na partida e é de uma incompreensão tão grande que fica como um dos lances mais caricatos do campeonato. O problema de Tonel é que é repetente em lances decisivos…contra a sua equipa.

Outros destaques:

Geraldes
Grande jogo do lateral emprestado pelo Sporting. Anulou praticamente Brahimi e atacou muito, sobretudo no segundo tempo. Assistiu para o golo de Juanto e quase marcou em iniciativa individual. Casillas negou! Mais uma grande partida deste jovem.

Bakic
Só apareceu no jogo depois do FC Porto estar em vantagem por dois golos, altura em que passou a jogar mais por dentro e não tanto colado à linha. Ajudou Carlos Martins a construir jogo e assim o Belenenses passou pela melhor fase da primeira parte. No segundo tempo passou em definitivo para o meio e os «azuis» foram muito melhores. Acabou o jogo como médio mais recuado e perto do fim de longe esteve perto do golo.

Sturgeon
Não é um portento técnico, mas tem muita vontade, muita raça e muita entrega e isso foi fundamental para voltar a trazer o Belenenses para jogo. Lançou Geraldes no lance do golo e teve várias iniciativas que provocaram calafrios à defesa do FC Porto. Foi uma constante dor de cabeça para José Ángel e beneficiou também da centralização de Bakic.

Juanto
Muito sozinho na frente de ataque no início da partida e só no final do primeiro tempo teria ajuda dos companheiros e aí começou a criar perigo para a baliza de Casillas. Se na primeira parte falhou as duas oportunidades que teve, no segundo tempo ia mesmo marcar, correspondendo na perfeição a um cruzamento rasteiro de Geraldes.

Brahimi
Ainda não tinha feito nada na partida e uma bola caiu à frente dos seus pés para inaugurar o marcador. Depois ainda fez uns bons 20 minutos, mas foi desaparecendo gradualmente no encontro. Onde anda o virtuoso argelino que já mostrou muito talento?

Danilo Pereira
É sempre dos melhores do FC Porto. Muito inteligente foi segurando o meio-campo no primeiro tempo, mas com a passagem definitiva de Bakic para o centro do terreno não teve a ajuda necessária para parar todos os adversários.

José Angel
Boa primeira parte do substituto de Layún, a atacar bem a ser importante no primeiro golo e a resolver todos a maior parte dos lances de perigo pelo seu lado. Com a pouca ajuda de Brahimi, no segundo tempo já não conseguiu parar tão eficazmente Sturgeon e Geraldes. Ofensivamente não se viu.

Casillas
Não fez defesas de grande dificuldade, mas evitou o golo do empate por duas vezes, uma a Miguel Rosa e outra a Geraldes. Sem hipótese no tenho sofrido. Novamente decisivo o espanhol.