Bastos não se esqueceu do «muito tempo à espera com uma grande fila de carros para passar [a fronteira]». «O autocarro do Sporting estava em Elvas, foi a Badajoz buscar-nos e quando passou a fronteira [para trazer a comitiva para Portugal] vieram mais alguns carros», recordou o defesa, lembrando-se também da ordem «[passa] o autocarro do Sporting, mas não passa mais ninguém». «E depois viemos a Alvalade», de onde saíram para, finalmente reencontrarem os familiares.
Fernando Tomé é setubalense e não chegou a fazer a última paragem da epopeia, em Lisboa, apeando-se à passagem pela cidade sadina, onde tomou pela primeira vez contacta com quem tinha vivido de perto o dia 25 de Abril de 1974. «Apanhei uma boleia de um amigo que ia a passar. Ele viu-me com as malas, parou e a primeira coisa que eu lhe perguntei foi se havia muitos mortos em Setúbal», contou Tomé, recordando a conversa que se seguiu aos risos do seu amigo:
«Tu não deves ter estado cá!!!»
«Não. Chegámos agora...»
«É verdade, foram à Alemanha. Não, não houve nada. Não se passou nada. Houve uns problemas onde era a PIDE e a partir daí... mais nada. As pessoas andam aqui todas satisfeitas com os soldados em ombros. É isto, a Revolução.»
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