Luís Duque ou Pedro Proença?

A reeleição do presidente que, em nove meses, repôs a normalidade no organismo que gere o futebol profissional ou a vitória do ex-árbitro que chegou mais longe a nível internacional?

Os clubes da I e II Liga decidirão esta terça, 28 de julho, em Assembleia Geral Ordinária, marcada para as 14.30h e com final previsto para as 17.30h. Até às 18.30 horas deve ficar a saber-se quem será o presidente da Liga para o quadriénio 2015-2019, sendo que a tomada de posse pode acontecer logo a seguir (mas não é certo, uma vez que os estatutos prevêem até oito dias após a data da eleição).

Há 37 clubes com direito a voto: 18 da I Liga, 19 da II Liga (as equipas B não votam, porque se trata de um só clube).

Dois votos para os clubes da Liga, um para cada da II Liga, num total de 55 (36+19).

Com apenas dois candidatos, e vários clubes sem revelarem publicamente a sua escolha, é muito arriscado apontar quem é o favorito, parecendo, pelo menos, que o cenário é de equilíbrio. 

Duque é apoiado por Benfica, Sp. Braga, Gil Vicente, Belenenses, Tondela, Boavista, Mafra, Farense, Aves, Famalicão e Oriental.

Os clubes da II Liga, mesmo com apenas um voto, poderão ter importância grande na decisão, tendo em conta o elevado número de incógnitas nas opções dos emblemas do segundo escalão profissional. 

Proença, membro do Comité de Arbitragem da UEFA, teve a sua lista subscrita por FC Porto, Sporting, Moreirense, Marítimo e União, sendo também apoiado pelo Estoril. Não apresentou listas para a AG e Conselho Fiscal, por considerar que o trabalho que estava a ser feito pelos respetivos órgãos é positivo, lançando para o Conselho Juridicional o nome de Américo Pires Esteves (que era presidente da Comissão Arbitral agora extinta).

Oito meses depois de ter sido eleito, Luís Duque abriu novo processo eleitoral, em consequência da alteração dos estatutos que prevê modelo de gestão diferente para a Liga. Os novos estatutos prevêem que o mandato atual termina. 

Os novos estatutos prevêem norma transitória, no artigo 84.º, que aponta: «1-- Com a aprovação dos presentes Estatutos, cessam os mandatos dos órgãos da Liga, mantendo-se estes órgãos interinamente em funções até ao início de funções dos novos membros dos órgãos sociais. 2 – O ato eleitoral dos novos órgãos sociais deverá ter lugar até 30 dias após a aprovação dos presentes Estatutos».  
 
Caso vença Duque, verá renovado por quatro anos o seu mandato, que iniciou no final de outubro de 2014 (com 46 votos a favor, cinco brancos e dois nulos), em situação muito complicada para a Liga, após a gestão conturbada de Mário Figueiredo. 

Se ganhar Pedro Proença, o ex-árbitro internacional e gestor de empresas será o nono presidente da história Liga Portuguesa de Futebol Profissional, depois de João Aranha, Valentim Loureiro, Pinto da Costa, Manuel Damásio, Hermínio Loureiro, Fernando Gomes, Mário Figueiredo e Luís Duque.


TRÊS IDEIAS DE LUÍS DUQUE
 
«Tenho a certeza de que num cenário de beligerância dentro da Liga por causa de outros temas que nada têm a ver com a Liga, como a arbitragem, não será fácil captar investimento e parcerias»
 
«Não é prudente falar a meio das negociações, que envolvem cláusulas contratuais etc., mas posso-lhe dizer que está em causa, eventualmente, a transmissão televisiva das competições nacionais para o continente asiático, cujas receitas beneficiarão diretamente os clubes»
 
«Há um desconforto dos clubes, manifestado na proposta da última assembleia geral da Liga, para introduzir o sorteio. Há coisas que estão a acontecer que não se entende e põe em causa a transparência das nomeações e das classificações e que, em última instância, ferem a verdade desportiva».
 

 
TRÊS IDEIAS DE PEDRO PROENÇA
 

«Defendo a criação de ‘naming’ para a competição através de um patrocinador, conseguir que os direitos televisivos cheguem aos 300 mil euros para cada clube, reduzir os gastos com arbitragem que permita ao futebol da II Liga ser mais barato para os clubes e resgatar junto da FPF uma verba pela formação dos jogadores portugueses»
 
«Sorteio chumbado? Não me surpreendeu, já estava à espera, conhecendo as linhas internacionais que se rege UEFA e a FIFA é natural que houvesse esse desfecho»
 
«(criação de empresa com fundos da FPF e da Liga)O modelo já existe em Inglaterra e aqui terá de haver um compromisso com FPF, para ser gerida de forma autónoma, com conceitos empresariais, em que há uma participação no seu capital da Liga e da Federação. Será essa empresa a gerir a arbitragem no futebol profissional».