Em Nápoles há zonas que são terreno sagrado. E uma dessas zonas é o estádio San Paolo, território de conquistas e adulações ao deus Maradona. Esta religião tem milhares de fanáticos e a inspiração dos feitos do passado é revisitada sempre que a esperança de novas conquistas floresce.

Nunca houve um Nápoles como o de Maradona, mas o que ressurge agora permite invocar outros tempos e sonhar com novos triunfos. Diego também acredita nesse sonho e por isso fez questão de marcar presença esta quarta-feira no seu estádio para participar no culto e ver a sua equipa vencer a Roma por 3-0, conquistando o direito a estar presença na final da Taça de Itália (depois da derrota por 3-2 na primeira mão), onde irá defrontar a Fiorentina.

Há nove anos que Diego não via um jogo no San Paolo (a última vez foi a 9 de junho de 2005, quando Ciro Ferrara se despediu do futebol), pelo que a sua presença causou óbvio entusiasmo, desde logo no presidente Aurelio de Laurentis, que fez questão de o receber e acompanhá-lo até à tribuna de honra.



Tal como no passado a grande referência do Nápoles é um argentino. Gonzalo Higuain não tem o génio de Maradona, até é um sacrilégio estar a falar nisso, mas personifica o sonho. O próprio já admitiu sonhar seguir as mesmas pisadas do seu ídolo, querendo conquistar o Mundial e ser campeão italiano no seu novo clube.

Na vitória sobre a Roma «El Pipa» Higuain marcou um dos golos, o 2-0, soltando a euforia nas bancadas do San Paolo, onde estava o fanático Maradona.



Os outros golos também fazem parte da história, poque acentuam o domínio napolitano. O espanhol Callejón abriu o marcador aos 33 minutos, de cabeça e já na segunda parte surgiu o tal golo de Higuain e o 3-0, por intermédio do italo-brasileiro Jorginho. A superioridade da equipa orientada por Rafael Benítez poderá servir também para retirar lições para o campeonato, dado que o Nápoles está em terceiro e a Roma em segundo, ambos muito longe da líder Juventus.

A ambição é agora repetir o feito mais recente de 2011/12, quando no Nápoles figuravam Cavani e Lavezzi ao lado de Hamsik (este ainda uma figura da equipa) e conseguiram vencer a Taça de Itália, derrotando a Juventus. Este ano o adversário é a Fiorentina e a final terá lugar no Estádio Olímpico de Roma.